 |
| Lori prevê que os times com elenco equilibrado vão permanecer na ponta. |
O técnico Lori Sandri não entra no clima de otimismo da torcida. Comemora a "gordura" armazenada nas onze primeiras rodadas do Brasileirão e prevê "um novo campeonato" a partir do próximo fim de semana. Agora, pela visão do treinador, permanecerão na ponta da tabela os clubes que tiverem elencos equilibrados. Com rodadas intermediárias, novos fatores irão incidir na campanha das 22 equipes da Série A.
Além das contusões e suspensões, o cansaço pelas viagens é mais intenso e o resultado de cada partida deve ser absorvido rapidamente. "Os clubes que não tiverem serenidade podem se perder numa seqüência de maus resultados, pois tudo acontece num piscar de olhos", avisou Lori Sandri. No ano passado, o próprio Tricolor provou desse "veneno". Gilson Kleina assumiu o comando técnico e não conseguiu dar padrão de jogo ao time diante da seqüência massacrante de jogos.
"É preciso ter muita tranqüilidade. O campeonato é muito longo e ingrato", disse Lori, usando como exemplo o Botafogo. "Eles estavam sendo badalados após alguns jogos na liderança. Se você não tiver estrutura para manter o grupo mobilizado, a queda é inevitável." Diante desse quadro, o técnico paranista, por enquanto, não fala sobre planos mais audaciosos. "A nossa meta número um é somar o quanto antes os pontos necessários para a permanência na primeira divisão. Só quando chegarmos a esse ponto é que vamos projetar até onde podemos ir."
O discurso pode parecer cauteloso ao extremo diante da colocação do time (8.ª posição), mas mostra a forma como Lori Sandri pretende administrar o bom momento do Tricolor, embalado por três vitórias consecutivas. "Um jogador mal orientado dá dois chutes e já pensa que é craque. Da mesma forma, se você não estiver bem focado, pode se iludir com dois ou três bons resultados e achar que já é campeão. Aqui, ninguém vai mudar seu jeito de agir. É proibido relaxar."
Para Lori Sandri, o Paraná também deve pensar em qualificar seu elenco. "Na seqüência, as opções serão ainda mais reduzidas. É preciso pensar que ainda temos 31 jogos pela frente", comentou. O treinador, mesmo analisando com frieza o momento do time, reconhece que a equipe está bem equilibrada. "Nesses onze jogos, raramente fomos envolvidos pelos adversários. Isso nos dá confiança para o que virá pela frente." O técnico, antes mesmo do primeiro treino tático da semana, confirmou a intenção de manter, frente ao Corinthians, o mesmo time utilizado no sábado passado.
Zaga é o destaque tricolor
O Paraná Clube não obtinha uma seqüência de três jogos sem levar gols – em campeonatos brasileiros – desde 1997. Naquele ano, sob o comando de Sebastião Lazaroni, o clube começou bem no Brasileiro, mas logo se ressentiu de maiores opções no seu elenco. Desta vez, além de mostrar um grupo mais equilibrado, o Tricolor contou ainda com o rápido entrosamento do trio de zagueiros.
"Chegamos pouco antes do início da competição. Não é fácil ajustar o setor e acho que ainda temos muito a evoluir", lembrou Daniel Marques. O técnico Lori Sandri nunca escondeu sua predileção pelo 3-5-2, mas em alguns momentos chegou a buscar variações táticas. O esquema com três zagueiros só foi consolidado a partir da entrada de Marcos. O jogador chegou a ter sua escalação contestada por críticos, que não entendiam a saída de Da Silva, jogador das categorias de base e que vinha atuando como líbero.
Marcos, mais experiente, melhorou a qualidade de passe e com isso o Paraná deixou de "rifar" a bola. "O time está bem, mas o sucesso da defesa se deve à aplicação de todos. Como os atacantes e meias ajudam, nosso trabalho lá atrás não fica sobrecarregado", disse Marcos. Além de Daniel e Marcos, o setor se completa com Aderaldo. "Acho que houve encaixe e um está suprindo a deficiência do outro. Por isso, conseguimos essa boa marca", lembrou Daniel Marques. "Agora, é trabalhar forte para mais um desafio, parar o forte time do Corinthians", finalizou.
