Semblantes abatidos e até chorosos. Este é o resumo que pode ser feito dos jogadores do Coritiba no retorno de Santo André até o aeroporto de Cumbica, e de lá voltando para Curitiba (com uma passagem imprevista pelo Rio de Janeiro), após o empate em 1×1 com o São Caetano. A tristeza pelo empate concedido aos 43 minutos do segundo tempo se misturou com a preocupação pelo altíssimo risco de rebaixamento e pelo cansaço da viagem. Mas o elenco alviverde terá pouco tempo para se recuperar. Hoje começa a preparação para a partida decisiva, domingo, às 16h, contra o Internacional, no Couto Pereira, a mais importante do clube em 2005.
Era natural a tristeza. O resultado que estava nas mãos do Cori esvaiu-se em uma bobeada da defesa e no gol de Claudecir. A onda de desânimo começou na torcida, que até então fazia grande festa (?Eles deram um show?, resumiu o técnico Márcio Araújo), e desaguou no vestiário do Anacleto Campanella. Seu reflexo foi visto no hotel que serviu de concentração para a delegação coxa em Santo André.
O horário do jantar foi o último em que os jogadores se reuniram no domingo. Momento de união e de preocupação. Depois, eles foram para os seus quartos em uma noite que demorou a passar. Na manhã de ontem, era nítido que alguns deles não tinham conseguido dormir, tal o olhar de desalento. O lateral Ricardinho, o melhor em campo no empate de domingo, parecia ter chorado até poucos instantes. Ninguém sorria.
Aos poucos, eles foram à sala de café da manhã e de lá para o ônibus, que enfrentou o caótico trânsito da região metropolitana de São Paulo saindo de Santo André, passando por São Caetano e São Paulo até chegar a Guarulhos, onde fica o aeroporto internacional Governador Franco Montoro. O grupo teve que, assim como na ida, esperar bastante na sala de embarque, pois o vôo que os traria a Curitiba acabou sendo cancelado por problemas no motor do avião. A delegação foi recolocada em outro avião e teve que ir até o Rio de Janeiro pegar outro vôo. O atraso passou de duas horas: prevista para aterrisar às 10h30, o delegação só chegou às 13h10.
O desembarque foi tranqüilo. Não havia nenhum torcedor esperando pela delegação, e o Afonso Pena estava movimentado pela presença de um avião da Força Aérea que transportava assessores da Presidência da República e que fazia uma escala técnica antes de seguir a Foz do Iguaçu. Os jogadores foram para suas casas, com retorno marcado para o CT da Graciosa para às 16h de hoje.
Lá eles terão nova conversa com Márcio Araújo, que terá um desafio, reanimar o grupo e até ele mesmo, que sentiu o ?baque? no domingo. ?Eu tenho a obrigação de seguir acreditando. Não vou deixar de acreditar e os jogadores precisam saber que, da forma que eles estão jogando, têm condições de fazer muito pelo Coritiba, e tirar o clube deste incômodo enorme?, resumiu o técnico.
De olho no regulamento
O Coritiba terá que passar a semana decorando o artigo 12 do Regulamento Geral do Brasileiro, que define os critérios de desempate e que pode ser decisivo na briga para fugir do rebaixamento.
Ele versa sobre os critérios de desempate. Pela ordem, são número de vitórias, saldo de gols, gols a favor, confronto direto e número de cartões vermelhos e amarelos. Caso duas equipes fiquem empatadas em todos os critérios, seria necessária a realização de um jogo extra.
Esta hipótese não pode mais acontecer.
No confronto direto, a vantagem é paulista, que marcou dois gols no Couto.
Portanto, para o Coxa sair do rebaixamento, terá que fazer saldo contra o Inter e torcer por uma derrota do Azulão para o Cruzeiro.
Caso o Cori conte com uma vitória do Brasiliense sobre a Ponte Preta, não há porque se preocupar com o regulamento.