A construtora Andrade Gutierrez desistiu de participar do projeto de reforma do Morumbi, mas não deixou o São Paulo em uma sinuca de bico. Os executivos da empresa se encontraram nesta terça-feira com o presidente Juvenal Juvêncio e entregaram todos os projetos e estudos realizados até aqui para que o clube siga a empreitada com outro parceiro.
Em termos práticos, portanto, o clube só precisa de um novo parceiro para fazer a reforma do estádio como planejava e não terá que recomeçar o projeto do zero. O São Paulo, inclusive, já iniciou conversas com outros interessados e espera encontrar um substituto para a construtora.
Diante do fim da parceria, Juvenal Juvêncio voltou à carga contra a oposição são-paulina. Ele a responsabilizou pelo fim do acordo com a Andrade Gutierrez, por causa do boicote à reunião do Conselho Deliberativo no fim do ano passado e dos “insultos” proferidos contra a construtora na reunião aberta aos sócios que aconteceu no dia 25 de janeiro.
“Toda documentação nos foi entregue hoje (terça-feira), todos os estudos e levantamentos estão em nossas mãos. Foi um trabalho de dois anos e meio, eles não iriam simplesmente jogar fora. É uma pena que o comportamento de uma minoria estridente tenha redundado nisso, mas o projeto continua valendo. Ofenderam pessoas sérias, assustaram alguns acionistas, foi tudo errado e lamentável”, afirmou o presidente do São Paulo.
A expectativa agora é que o projeto sofra algum atraso, mas, segundo Juvenal Juvêncio, “nada que ultrapasse algumas semanas”. Para o presidente, o fato de ter 100% da documentação entregue pela construtora facilita a busca de um novo interessado no projeto.
“A Andrade Gutierrez fez todo o levantamento. Não precisamos mais de uma construtora para elaborar o projeto. Agora, queremos apenas alguém que faça a obra acontecer. Precisamos de alguém capaz de levantar essa estrutura e serão muitos os interessados, tenho certeza disso”, emendou o dirigente.
“Para tanto, já obteve dos demais parceiros, LACAN, XYZ e Multipark, a garantia do interesse firme em prosseguir no projeto e, principalmente, é relevante o fato de o Fundo de Investimento Imobiliário constituído com a finalidade de captar os recursos para elaboração das obras ter sido devidamente registrado pela CVM no último dia 15 de janeiro de 2014”, explicou a nota oficial do clube.
Orçada em R$ 460 milhões, a reforma do Morumbi prevê a cobertura do estádio, a construção de uma arena de 28 mil lugares para shows intermediários e também um prédio com duas mil vagas de estacionamento. Segundo o clube, o dinheiro para a realização das obras já está captado.