Após problemas nos dois últimos dias, quando recebeu penalidades e chegou até a ser retirado de uma das regatas, o brasileiro Robert Scheidt velejou de forma consistente e ficou perto de conquistar uma vaga na “medal race” (regata da medalha) da Read Steady Tokyo, o evento-teste para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Nesta terça-feira, em Enoshima, no Japão, o bicampeão olímpico ficou entre os Top 10 e cruzou a linha de chegada na 5.ª e 7.ª colocações e, com isso, subiu para o oitavo lugar na classificação geral, com 68 pontos perdidos.
Para garantir o direito de disputar a regata final, Scheidt precisa manter a regularidade nas duas últimas provas da fase de classificação, marcadas para esta quarta-feira. “Após duas penalidades e ser obrigado a me retirar ontem (segunda-feira), consegui reagir e fazer duas boas regatas e subi na tabela geral. Amanhã (quarta) teremos um dia importante, mas a velocidade do barco está boa. Todo mundo já teve pelo menos uma regata ruim aqui no Japão, com altos e baixos, e vou dar o meu melhor para seguir velejando com regularidade”, explicou.
Quando fala em altos e baixos, Scheidt cita os seguidos problemas que viveu em Enoshima. No domingo, levou uma bandeira amarela pela regra 42, na qual os juízes entendem que o velejador usou o movimento do corpo para aumentar a velocidade do barco, em ação conhecida por bombear. No dia seguinte, voltou a ser penalizado pelo mesmo motivo e foi obrigado a se retirar da última de três regatas.
“Fiquei bem chateado, especialmente na segunda-feira, quando estava velejando de forma super conservadora. Ainda preciso entender melhor em que ponto o júri está interpretando o regulamento e o que preciso mudar para isso não ocorrer mais, pois nas outras três competições, desde que voltei à classe Laser, não havia passado por isso”, comentou o brasileiro.
Scheidt está classificado para os Jogos de Tóquio-2020 e é o único do Brasil entre os 35 barcos que disputam o evento-teste em Enoshima. Porém, ainda precisa esperar a convocação final para a delegação brasileira para confirmar presença na Olimpíada. De acordo com o critério da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), ele só perde a vaga se outro atleta do País subir ao pódio no Mundial da Laser em 2020.
OUTROS RESULTADOS – Na classe 49er FX, as atuais campeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze tiveram um dia abaixo das expectativas com um oitavo e dois sétimos lugares na três regatas do dia. Assim, as brasileiras avançaram à “medal race” na segunda colocação com 51 pontos perdidos, contra 50 das líderes Charlotte Dobson e Saskia Tidey, da Grã-Bretanha.
Fora da “medal race” em suas categorias, Patrícia Freitas ficou em 13.º na RS:X, enquanto que Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino terminaram em 11.º na Nacra 470.
Ainda na luta por vaga na regata final, Jorge Zarif caiu para a sétima posição na classe Finn após ficar em 16.º e 18.º lugares nas disputas do dia. Na 470, Geison Mendes e Gustavo Thiesen ocupam a 15.ª posição no evento masculino e Fernanda Oliveira e Ana Barbachan estão em sexto na disputa feminina após vencer uma das duas regatas desta terça-feira.