Ficou pra história

Considerada uma das melhores, Copa no Brasil trouxe novidades

A Copa das copas acabou. Ontem, após o apito final e o capitão Phillip Lahm levantar a taça do tetracampeonato da Alemanha, foi dado o ponto final naquele que foi considerado um dos melhores mundiais de todos os tempos. Mesmo com um final triste para os brasileiros, o que não faltaram foram motivos para se comemorar.

Há tempos que não se via uma competição tão equilibrada (exceto o vergonho 7×1 sofrido pela seleção na semifinal). Só na primeira fase, três campeões mundiais voltaram para casa: Itália, Inglaterra e a até então atual campeã Espanha. Seguiram adiante grandes surpresas. Quem não se empolgou com a Costa Rica, que de candidata a saco de pancadas no grupo da morte, por pouco não chegou a uma semifinal? México, Grécia, Nigéria, Estados Unidos e Argélia também aprontaram das suas e foram mais longe do que se especulava. No mata-mata, equilíbrio puro. Nada menos do que oito dos 16 duelos foram para a prorrogação, com quatro deles precisando das penalidades para se definir o vencedor. Emoção até o último minuto para os torcedores, que lotaram os estádios e fizeram da Copa no Brasil a edição com a segunda melhor média de público, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, em 1994.

A média de gols do Mundial também foi alta. Com 171 gols marcados em 64 jogos, foram 2,67 gols por partida. Aconteceram somente confrontos sem gols.

Em campo

Como sempre acontece a cada quatro anos, o maior torneio de futebl do mundo traz novidades e inspirações para as equipes. Variações táticas foram apresentadas aos montes. Apesar do esquema 4-2-3-1, o mais utilizado nos últimos anos, ter acompanhado grande parte das seleções, pode-se retirar exemplos diferentes.

A Alemanha talvez foi quem mais tenha inovado. Começou o torneio com nada menos do que quatro zagueiros em linha na defesa e liberando o seu meio-campo. Quando atacava, até mesmo seu primeiro volante (Schweinsteiger) aparecia como opção para o toque de bola próximo da área do adversário.

O Chile voltou com o já esquecido e ‘ultrapassado’ sistema com três zagueiros, que fez os sul-americanos chegarem às oitavas de final e por muito pouco não seguir em frente, parando diante do Brasil graças às traves e a Júlio César. Costa Rica e México também apostaram no 3-5-2, dando liberdade para os laterais na hora de atacar mas também compactados na hora de se defender. Não à toa, foram longe.

Compactação, inclusive, que dominou esta Copa do Mundo. Em quase todas as partidas o que menos se via era espaço no meio-campo. A pressão no ataque se transformava rapidamente em congestionamento para o adversário na hora de voltar para a marcação.

Brasil

Talvez, a única seleção que tenha faltado a esta aula tenha sido justamente a brasileira. Com pouca dinâmica de jogo, o Brasil ficou muito dependente da genialidade de Neymar e também da defesa, formada por David Luiz e Thiago Silva. Bastou perder algumas destas peças para o time se desequilibrar e passar pela maior vergonha da sua história.

Fruto também da falta de treinamentos. Durante a Copa, mesmo com quatro, cinco, seis dias para trabalhar entre um jogo e outro, o técnico Luiz Felipe Scolari aproveitava apenas uma única data para treinar o time e testar variações táticas. Quando não, treinava uma equipe falsa, para tentar ‘enganar’ imprensa e adversários, como ocorreu na véspera do duelo com a Alemanha. Uma metodologia antiga e que já não tem mais efeito.

O resultado disso foi uma campanha com dez gols marcados, 14 sofridos (a pior defesa do Brasil em uma Copa), quatro vitórias, dois empates e uma derrota, que escancarou todos os problemas da seleção.

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