Santos – Há um clima de “fritura” no ar e Leão pode ser o próximo a deixar a Vila Belmiro, antes da estréia do time do Santos na segunda fase da Copa Libertadores da América. Os comentários são de que está sendo preparada a volta de Vanderlei Luxemburgo, que rompeu o contrato com o clube em 1997, em troca das vantagens financeiras oferecidas pelo Corinthians. A diretoria (leia-se Marcelo Teixeira) ainda não digeriu dois fatos recentes: a saída de Fábio Costa, cuja responsabilidade é atribuída ao treinador, agravado pelo fraco desempenho de Doni, e o fracasso na tentativa de sair da fila de 20 anos no campeonato paulista, com a humilhante derrota por 4 a 0, diante do São Caetano, em São Caetano.
Tudo indica que o desfecho do processo esteja próximo, tanto que a dispensa de Doni e Robson, o Robgol, foi decidida sem que o técnico tenha sido consultado.
Os estragos da desclassificação foram avaliados numa reunião dos dirigentes na Vila Belmiro, segunda-feira à noite. Ao contrário do que informara o diretor Francisco Lopes, na terça-feira, Leão não tomou parte.
Nessa reunião foram discutidos todos os aspectos do trabalho do técnico e as chances que o time tem de conquistar a Copa Libertadores sob o seu comando.
De saída, a conclusão foi que Doni e Robson, dois jogadores exigidos por Leão, não têm condições para jogar no Santos. A maneira como se deu a dispensa do goleiro e do atacante foi, no mínimo, uma afronta ao técnico.
“A conquista do paulista era considerada muito importante para o Santos, mas fracassamos, apesar de termos um time forte e um dos melhores ataques do futebol brasileiro. Doni e Robgol faziam parte do time e não renderam o esperado”, analisou Teixeira, ontem, durante uma das solenidades do programa de comemoração do 92.º aniversário de fundação do clube, diante do busto de lendário Modesto Roma, dirigente do Santos de Pelé e companhia, nas sociais da Vila Belmiro.
Nas entrevistas que deu ontem, o presidente evitou citar Leão nominalmente, preferindo falar comissão técnica ao se referir ao treinador. A exceção foi quando explicou, mais uma vez, os motivos da saída de Fábio Costa. “Ele não ficou no Santos porque o fax engasgou quando estava sendo transmitida a segunda folha do contrato que ele assinaria, em Salvador, onde se encontrava, ao lado do presidente do Conselho Deliberativo do Santos, José da Costa Teixeira. Enquanto aguardava o final da transmissão do documento, ele conversou com Leão por telefone e desistiu de assinar o contrato dizendo que não teria mais chances no clube. Então, a saída do Fábio foi uma decisão da comissão técnica.”
Sem resistência
O nome de Luxemburgo não enfrenta mais resistência na Vila. Como ele é o único técnico de ponta em disponibilidade no mercado, surge como candidato natural para o cargo, caso os dirigentes levem adiante a idéia de trocar de técnico. “Com esse time, Luxemburgo ganharia a Libertadores com um pé nas costas”, comenta um colaborador do presidente santista.