Caberá aos sócios do Atlético decidir se o mandato da atual gestão do clube, liderada pelo presidente Mário Celso Petraglia, será prorrogado por mais um ano. Ontem à noite, em uma reunião extraordinária convocada pelo Conselho Deliberativo realizada em um hotel na região central de Curitiba, os conselheiros atleticanos aprovaram por unanimidade a realização de uma assembleia geral com os associados do clube (ainda sem data definida) para votação da extensão do mandato da atual diretoria rubro-negra. Também por unanimidade, os conselheiros aprovaram a oneração da Arena da Baixada, que será dada como garantia para o quarto empréstimo que será tomado junto à Fomento Paraná para o clube conseguir concluir a tempo o estádio para a realização da Copa do Mundo.
De acordo com as informações repassadas na reunião aos conselheiros, a avaliação atual do Joaquim Américo é de R$ 495 milhões. Se não conseguir arcar com as despesas do quarto financiamento no valor de R$ 65 milhões, que será tomado nos próximos dias junto ao banco estadual, a Arena da Baixada pode ser vendida. Se isso acontecer, a dívida com a Fomento Paraná será descontada e o restante do dinheiro da possível venda do estádio ficará com o clube.
A partir de agora, a CAP S/A deverá alinhavar as garantias que serão dadas no contrato que já está redigido e os gestores da obra acreditam que no mais tardar na semana que vem os recursos deverão entrar nos cofres do clube. A preocupação até ontem era grande, já que o clube tinha fluxo de caixa para manter o ritmo acelerado das obras até o final desta semana.
A demora para entregar a Arena da Baixada pronta – marcada para março de 2013 – foi também o motivo apontado pelo presidente Mário Celso Petraglia para estender seu mandato à frente do clube por mais um ano. Durante a explicação para a proposição da prorrogação no comando do Atlético, Petraglia pediu a palavra e afirmou que queria entregar o estádio com o time jogando em março do ano passado, mas por conta do atraso na execução das obras, o mandatário atleticano quer entregar o cargo com o time atuando no caldeirão totalmente remodelado e ampliado.
Para isso acontecer, Mário Celso Petraglia terá que contar com o voto favorável da maioria dos sócios do clube, que votarão em assembleia a proposição. Porém, a data ainda não está definida e, de acordo com o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Antonio Carlos de Pauli Bettega, a convocação deverá acontecer o mais rápido possível. Durante a reunião, Petraglia garantiu aos conselheiros que não vai concorrer nas próximas eleições do clube. O dirigente disse que está cansado e que deixou o clube encaminhado depois dos 20 anos à frente do Furacão.
Porém, os opositores de Mário Celso Petraglia já se movimentam nos bastidores para derrubar a proposta de extensão do mandato, que segundo eles foi feita de maneira irregular. De acordo com o artigo 8 do estatuto do Atlético, as mudanças no presente estatuto só podem acontecer quando a reunião extraordinária for convocada especialmente para esta finalidade e com a votação sobre a real oneração da Arena, isso não aconteceu. Assim, quando a ata da reunião for registrada, a mesma poderá ser impugnada por qualquer sócio ou membro do conselho do Atlético.
Diferentemente do que aconteceu na última reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, quando a criação da Fundação do Atlético (Funcap) foi colocada em votação e houve muitas discussões, desta vez, os pouco mais de 150 conselheiros que compareceram à reunião encontraram um clima mais ameno e de tranquilidade para definir os rumos do comando do clube e da Arena da Baixada. A mudança no Estatuto, Social do Atlético referente ao tempo do mandato, que passará a ser de quatro anos a partir das próximas eleições, também foi aprovada. “Foi uma reunião ótima, tranquila. Foi tudo aprovado e tudo foi esclarecido”, frisou Bettega na saída da reunião.
Colaborou: Eduardo Luiz K.