Conquistas e fracassos nos 21 anos do Paraná Clube

Fim de ano também é tempo de analisar o que foi feito de certo e onde se “pisou na bola”. No Paraná Clube essas avaliações tornam-se ainda mais contundentes. Afinal, na data de seu aniversário – ontem o clube completou 21 anos de existência – as comparação são inevitáveis.

O Tricolor já nasceu gigante e confirmou a frase estampada em seu hino com títulos e mais títulos. O período de abundância, na década de 1990, refletia-se também nas arquibancadas, com a adesão de muitos torcedores, na sua maioria garotos, que ainda buscavam uma paixão no futebol.

Com uma ascensão meteórica à primeira divisão nacional, e seis títulos estaduais em apenas oito temporadas, o que mais se via era “casa cheia” em jogos do Paraná.

Os números mais expressivos viriam em 1994, coincidência ou não, o primeiro ano em que o clube efetivamente se deparava com adversários de primeiro nível do futebol brasileiro.

Situação que obrigou a diretoria a “adotar” o Couto Pereira nos grandes jogos. Foi assim que o Tricolor levou mais de 35 mil pagantes nos duelos contra Palmeiras e São Paulo, até atingir a impressionante marca de 41.955 pagantes na partida frente ao Corinthians, no dia 2 de novembro de 1994.

Tudo o que semeou no início de sua caminhada, o Paraná viria a colher mais tarde. Afinal, em 1999, pouco após ter tido campanhas ruins no Paranaense e no Brasileiro, o clube conseguiu lotar o Pinheirão.

Era a confirmação da grandeza da torcida tricolor. Na decisão da recém-criada Copa Sul, 35.180 pagantes foram ao estádio da Federação Paranaense de Futebol.

Muitos garantem que havia muito mais gente naquele dia. Saíram frustrados, é claro, com a derrota por 1 x 0 para o Grêmio, mas, até hoje, este jogo serve como referência da força da galera do azul, vermelho e branco.

Queda vertiginosa após volta à Vila

A força da torcida tricolor precisa ser novamente aflorada, e com urgência. Mesmo levando-se em conta questões como capacidade, acesso e conforto do estádio Durival Britto, os números recentes são alarmantes e estão intimamente ligados à falta de qualidade do time e ao fato do Tricolor estar caminhando para o seu quarto ano seguido na Série B.

Em 2006, por exemplo, ano em que o clube retornou ao Durival Britto, foram sete jogos, quatro deles com mais de doze mil pagantes. No jogo que valeu a vaga na Libertadores do ano seguinte, contra o São Paulo, o público pagante foi de 14.852.

No embalo dessa campanha, em 2007, o Paraná conseguiu colocar mais de dez mil pagantes na Vila Capanema em treze jogos. O recorde veio na final do Paranaense, frente ao Paranavaí, com 17.214 pagantes.

Na Série A, em apenas seis jogos dos dezenove que disputou, o público não superou a marca dos 5 mil torcedores. A partir daí – e da queda para a Segundona – é que começa o drama.

Em 2008, somente por três vezes o clube conseguiu levar ao estádio mais de dez mil pagantes. No ano seguinte, isso não aconteceu nenhuma vez e só em quatro jogos o borderô apresentou mais de cinco mil torcedores pagando ingresso.

Na atual temporada, a história praticamente se repetiu. Só em uma partida o público superou a casa dos 10 mil (frente ao Coritiba, na Série B: 10.060 pagantes).

Em outros três jogos, as bilheterias registraram mais de 5 mil pagantes. Os números, mais do que um recado, são um apelo aos dirigentes. O torcedor paranista não vê a hora de voltar a ter um verdadeiro time de futebol, um esquadrão capaz de arrastar sua torcida para os estádios, como fez com sobras nos primeiros dez anos de sua sua existência.

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