Em pouco tempo, a empresa aérea LaMia ganhou prestígio entre os clubes de futebol da América do Sul a ponto de fazer o transporte de equipes como o Atlético Nacional, da Colômbia, Olimpia, Libertad, Sportivo Luqueño e Sol de América, do Paraguai, The Strongest, Oriente Petrolero, Blooming, Real Potosí e Jorge Wilstermann, da Bolívia, e seleções nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, como Argentina e Bolívia.
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Após a acidente, repercutiu bastante a relação entre a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e a LaMia, mas a entidade fez questão de soltar um comunicado no qual diz que não pede a seus filiados que usem a empresa boliviana em seus transportes. “Entre as atividades de organização logística que a confederação faz para realizar torneios não está incluída a coordenação de nenhum tipo de transporte (aéreo, terrestre ou marítimo), assim como a recomendação de provedores de nenhum tipo. Assim, desmentimos os rumores neste momento de tanta dor”, disse.
O Coritiba, por exemplo, recebeu uma oferta da LaMia para levar a equipe do Brasil até a Colômbia, quando o time enfrentou e foi eliminado pelo Atlético Nacional, pela Copa Sul-Americana, no fim de outubro. Mas a diretoria cotou outras empresas e optou por um voo comercial, que durou 15 horas e teve duas escalas, em São Paulo e Bogotá. O clube nega que tenha sofrido pressão da Conmebol para escolher a LaMia.
O São Paulo também enfrentou o Atlético Nacional, em Medellín, pelas semifinais da Copa Libertadores. Mas o clube garante que nunca foi procurado pela LaMia e usou outra empresa para levar a equipe até a Colômbia. Quando a partida foi realizada, em julho, a companhia aérea não tinha ainda muita inserção entre as equipes brasileiras de futebol.
A Chapecoense, por sua vez, utilizou a LaMia anteriormente para voar até Barranquilla, onde enfrentou o Junior, em outubro. Na ocasião, a viagem foi muito tranquila e a empresa aproveitou o contato que já tinha feito anteriormente para repetir a dose para a decisão da Copa Sul-Americana.
“Quem contratou o voo para Medellín foi o Décio Filho, diretor financeiro que cuidou de tudo, mas ele faleceu junto com a equipe na queda do avião. Esta empresa tinha tradição em transportar jogadores de futebol, fez isso com vários times da América Latina e sempre tiveram sucesso. Não tínhamos motivos para duvidar disso. Fizemos a primeira viagem à Barranquilla e deu certo. Não tinha porquê trocar”, comentou Gelson Dalla Costa, vice-presidente do Conselho Deliberativo.