A Conmebol confirmou nesta quarta-feira que foi aberto processo no Tribunal Disciplinar da entidade sobre as ofensas raciais sofridas pelo volante brasileiro Tinga, do Cruzeiro, em jogo contra o Real Garcilaso, semana passada, no Peru, pela Libertadores. O clube peruano recebeu prazo até segunda para apresentar sua defesa no caso.
Durante o jogo disputado na última quarta-feira, na cidade de Huancayo, torcedores do Real Garcilaso imitaram gestos e sons de macaco toda vez que Tinga tocava na bola. O Cruzeiro, então, entrou com uma queixa formal na Conmebol e a CBF chegou a pedir à entidade que o clube peruano fosse excluído da Libertadores como punição.
A Conmebol instaurou uma investigação preliminar ainda na semana passada, depois de receber o protesto do Cruzeiro. Agora, o caso foi formalmente aberto no Tribunal Disciplinar da entidade, que pediu a defesa do Real Garcilaso antes de se posicionar sobre o ocorrido – e não definiu uma data para apresentar seu veredicto.
O caso envolvido Tinga causou grande repercussão no Brasil. A presidente Dilma Rousseff chegou a manifestar publicamente seu apoio ao jogador do Cruzeiro, enquanto o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, entrou em contato com o presidente da Conmebol, Eugenio Figueiredo, para cobrar providências da entidade diante do racismo.
Segundo a Conmebol, a investigação do caso sofreu um certo atraso porque o árbitro da partida entre Cruzeiro e Real Garcilaso, o venezuelano Jorge Argote, nada mencionou sobre os atos racistas na súmula. Com isso, a base do processo é nos vídeos do jogo, que registraram claramente as ofensas dos torcedores contra Tinga.