Conmebol aprova Vila Capanema para Libertadores

Agora é oficial: a Vila Capanema será o ?alçapão? do Paraná Clube na disputa da Copa Libertadores da América. O Estádio Durival Britto foi aprovado pelo delegado da Confederação Sul-Americana de Futebol, o argentino Norberto Alvarez, após a vistoria realizada na manhã deste sábado. O anúncio feito durante a coletiva, logo após a vistoria, emocionou os dirigentes tricolores e provocou um efusivo abraço entre o presidente José Carlos de Miranda e o representante da Conmebol.

A confirmação imediata surpreendeu até mesmo a diretoria. Todos esperavam que Alvarez encaminhasse toda a documentação à entidade, que então anunciaria a decisão. Esse trâmite burocrático não foi necessário. Norberto Alvarez, após caminhar por quase uma hora em todas as dependências do estádio, teceu rasgados elogios à Vila Capanema, considerado um estádio ?lindo e que oferece toda a segurança para as delegações visitantes?. Esse foi o principal critério avaliado pelo delegado.

?A Libertadores é a principal competição da Conmebol. E a entidade prima pela segurança e pelo conforto aos clubes visitantes?, justificou o argentino. ?Confesso que foi uma grata surpresa. Ainda não conhecia o estádio e o Paraná está de parabéns.? O dirigente da Conmebol admitiu que a tarefa de avaliar os locais dos jogos não é fácil. ?Há muitos clubes que não podem atuar em seus estádios. Isso gera uma grande pressão para a comissão de vistoria. Mas saio daqui tranqüilo, por ter visto um estádio funcional e que está apto a receber os jogos da Libertadores.?

Norberto Alvarez destacou como pontos importantes os amplos estacionamentos, as entradas independentes das delegações e da torcida visitante, bem como camarotes que oferecem conforto e segurança para os dirigentes e integrantes das comissões técnicas. Na avaliação do delegado, o Paraná poderá jogar na Vila Capanema não apenas o jogo frente ao Cobreloa, mas toda a segunda fase, caso supere o clube chileno. ?A partir daí, creio que é uma questão de bom senso, dependendo do adversário que o Paraná terá pela frente?, disse Alvarez.

Pela sua análise, se o Tricolor for bem-sucedido na competição, até mesmo nas oitavas-de-final, dependendo do adversário, a utilização da Vila Capanema seria viável. ?Aí, há também uma questão financeira a ser analisada?, lembrou Norberto.

O presidente José Carlos de Miranda concordou e reafirmou que caso o Paraná necessite de um estádio maior, num eventual confronto com clubes argentinos, ou mesmo brasileiros, a opção será o Couto Pereira. ?Isso já está até protocolado na Conmebol?, afirmou.

Mesmo com maratona, Tricolor não descarta o Paranaense

O Paraná Clube sabe que a partir do próximo domingo terá início uma verdadeira maratona de jogos, entre Campeonato Paranaense e Libertadores da América. O calendário apertado fará o time entrar em campo a cada três dias e pelo menos dois jogos já terão que ser remanejados pela Federação Paranaense de Futebol diante da coincidência de datas.

As partidas frente ao Roma (31/01) e Cianorte (07/02) terão que ser encaixadas.

O problema é que o Paranaense não dispõe de datas disponíveis, devido ao elevado número de participantes e uma fórmula pouco atraente. Mesmo assim, o Tricolor não está disposto a abrir mão do Estadual, apesar de explicitamente priorizar a competição continental.

O técnico Zetti já antecipou que eventualmente poupará jogadores para os confrontos frente ao Cobreloa, onde o clube decide sua passagem para a etapa de grupos da competição. Avançando neste torneio, o problema de FPF será ainda maior.

O Tricolor, ao menos por enquanto, não se mostra disposto à utilização de um time B. Mas, ao que tudo indica, o calendário mal planejado – e justamente num momento em que os clubes deveriam ter tempo para preparar seus jogadores com mais treinos e menos jogos – obrigará o Paraná a atuar mais vezes por semana. ?Queremos jogar no prazo que estabelece a lei. Como isso será feito, é problema do departamento técnico da federação?, disse o vice de futebol José Domingos.

Zetti concorda, pois mesmo priorizando a Libertadores não pensa em só ?cumprir tabela? no Paranaense. ?Isso não condiz com a tradição do Paraná.

É claro que a competição internacional é mais atrativa. Traz status e rentabilidade. Mas a idéia é brigar pela ponta da tabela também no Paranaense?, avisou o treinador. Com esse diálogo, nestes primeiros dias de treinamento, Zetti busca a mobilização de todo o grupo para o que vem pela frente. Não fala em titulares e sim em força de conjunto, sabendo que para o sucesso terá que contar não com onze, mas com os quase trinta atletas do elenco.

?O primeiro passo é montar uma base. Mas, neste início de temporada, a parte física falará mais alto?, explicou. ?Ainda mais na Libertadores, onde os jogos são diferentes, de muita pegada, onde é preciso jogar com uma garra acima do normal.? O técnico fala com a experiência de quem conquistou dois títulos das Américas e quer uma campanha marcante em sua estréia na Libertadores, agora como treinador. ?Chegar a essa competição, como jogador, foi um sonho realizado.

Agora, estou realizando novo sonho?, disse Zetti.

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