A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) sentiu-se traída pelo Comitê Executivo da Fifa, que decidiu retirar a repescagem do continente. Agora, ele terá apenas quatro representantes a partir da Copa de 2006, na Alemanha. O presidente da entidade, o paraguaio Nicolás Leoz, ficou indignado. “Violou-se o fair play, não se jogou limpo. Estou decepcionado, inclusive com o Blatter (Joseph Blatter, presidente da Fifa).
O trio de dirigentes sul-americanos, formado por Leoz, Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), e Ricardo Teixeira, comandante da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foram surpreendidos na reunião do comitê, pois confiaram nas promessas de seu presidente, o sueco Lennart Johansson, e do suíço Blatter. Eles apostavam de que poderiam ter cinco vagas no Mundial. Na pior das hipóteses, se manteria a outra meia vaga, ou seja a repescagem, tradicionalmente disputada com a Oceania, de quem os sul-americanos nunca perderam.
Leoz, porém, soube durante a Copa da Ásia que a Oceania ganharia uma vaga direta, a ser retirada do último campeão do mundo, historicamente com acento garantido na competição seguinte. O Brasil acabou sendo o prejudicado. O dirigente esperava que a África perdesse meia vaga para a América do Sul (ficaria com cinco) e fosse disputar a repescagem. Mas cinco das seis confederações propuseram o “confisco” de meia vaga dos sul-americanos. A proposição venceu por 12 votos a 9. “Oferecemos disputar meia vaga com a África, que tem cinco vagas, aliás o que nos parece totalmente injusto. Mas entenderam que têm um grande futebol e merecem competir com 5 seleções.”
No novo quadro classificatório para o Mundial, a Europa terá 13 vagas mais a anfitriã Alemanha, a África, 5, a Ásia e a América do Sul, 4 cada, a Concacaf, 3, e a Oceania, 1. A Ásia e a Concacaf vão lutar por mais um representante na repescagem.