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Douglas Moreira/ZDL
Robert Scheidt e Bruno Prada se conhecem desde os tempos de colégio. Entendimento total.

São Paulo (AE) – A nova dupla da classe Star, Robert Scheidt e Bruno Prada, se conhece desde os tempos de moleque – chegaram a competir juntos na Optimist, categoria para jovens velejadores.

Mas se Scheidt é bicampeão olímpico e octocampeão mundial na classe Laser, quem é seu parceiro, o proeiro Bruno Prada, que desempenha a mesma função de Marcelo Ferreira na dupla com Torben Grael?

Bruno se apresenta: é paulistano de Cerqueira César, bairro de São Paulo, tem 35 anos, 113 kg e 1,87 m. Em comum com Scheidt, há o fato de não gostar de perder. ?É faca nos dentes, competitividade aguçada?, explica o bem-humorado Prada.

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A dupla acaba de voltar da Europa com dois títulos importantes – os dos torneios Princesa Sofia e Europeu de Primavera, em Palma de Maiorca, na Espanha -, e já mergulhou na campanha olímpica para os Jogos de Pequim, em 2008.

Bruno teve de engordar 15 quilos – passou de 98 kg para 113 kg – para formar a dupla com Scheidt. ?Com esse peso, o barco está bem rápido?, explica. Sempre gostou de ciclismo – chegou a disputar a Extra Distance, de 800 km, em 2004 e em 2005. Mas, para conseguir engordar, diminuiu de 120 km para 50 km a distância pedalada todos os dias e incrementou a alimentação para valer.

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Bruno Prada foi criado perto da água, às margens da Represa Guarapiranga. ?Meu pai era lancheiro, esquiador. Eu esquiava, nadava. Nasci no Iate Clube Paulista.? Em 1979, aprendeu a velejar num acampamento de férias para crianças. Passou cinco anos na classe Optimist. Aos 14, foi ?expulso? pelo tamanho – era alto. Velejou de Laser e Snipe, das quais também acabou saindo, agora por causa do peso. ?O Snipe é um barco para dois velejadores de 70 kg. O Laser, para um de 80 kg. Tinha 90 kg.? Foi para a Finn, mas fazia Star no 7.º Distrito e no Paulista.

Bruno transformou um presente de casamento do pai, dado em dinheiro, num negócio de franquias, opção que encontrou para cuidar da família e velejar. A mulher, Carla, e os filhos Ricardo, de 4 anos, e Giovana, de 6 anos, o apóiam. ?Minha prioridade, agora, será a campanha para Pequim, pelo menos até janeiro (quando será o Pré-Olímpico do Brasil) ou agosto (quando começa a Olimpíada).? É muito provável que a briga pela vaga do Brasil seja com os bicampeões olímpicos Torben e Marcelo.

Em 2001, Scheidt e Prada fizeram a primeira regata de Star, em um barco emprestado. ?Ficamos em segundo no 7.º Distrito. O Torben ganhou?. Em 2005, a dupla cresceu, mas só ?abraçou? o projeto olímpico no ano passado, quando disputou 11 campeonatos e foi vice cinco vezes.