Em uma temporada marcada pelo raro brilho no Mundial de Astana, no Casaquistão, judocas da seleção brasileira admitem que a equipe caiu de rendimento neste 2015, ano pré-olímpico, decisivo na preparação dos atletas para os Jogos do Rio-2016. No entanto, não deixam a confiança ser abalada pelos resultados irregulares.

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“Fizemos um ciclo olímpico de regular para ótimo. O último ano não foi tão bom, é verdade, pelo resultado que tivemos nos anos anteriores. Mas não quer dizer que o Brasil não vai fazer uma boa Olimpíada”, pondera Luciano Corrêa, da categoria até 100kg e um dos judocas mais experientes da seleção. Tiago Camilo, outro veterano do time, concorda com o desempenho abaixo do esperado em 2015: “Os resultados poderiam ter sido melhores, né?”.

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O “vilão” da temporada dos brasileiros foi o Mundial de Astana, em agosto. O País obteve seu pior resultado em seis anos na competição, com apenas duas medalhas de bronze – de Érika Miranda (até 52 kg) e Victor Penalber (até 81 kg). “Não foi um Mundial bom, mas temos que ver o que cada um precisa corrigir”, reconhece Charles Chibana (até 66kg), eliminado logo na estreia no Casaquistão.

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Uma das esperanças do Brasil no Mundial era Mayra Aguiar, que defendia o título conquistado em 2014. Mas foi derrotada nas oitavas de final. Na avaliação da judoca, as oscilações fazem parte da rotina. “É normal ficar fora do pódio, conseguir manter a constância de vitórias é muito difícil”, diz a atleta da categoria até 78kg. “No judô se oscila bastante. Na minha categoria, todo o pódio mudou de um Mundial para o outro. É uma coisa que acontece muito, o atleta varia bastante de uma competição para outra.”

Os resultados irregulares, no entanto, não preocupam os atletas. “Sentamos para conversar e corrigir o que precisamos fazer na preparação física, na parte psicológica. Está todo mundo acertado, no mesmo caminho para chegar bem na Olimpíada”, garante Corrêa, que venceu apenas uma luta em Astana. “Temos esse período pela frente para potencializar tudo que tem que ser feito e chegar bem no Rio”, projeta Chibana.

Para Tiago Camilo, o tropeço no Mundial não indica apenas queda de rendimento da seleção. Os rivais, na sua avaliação, mostraram forte evolução. “Acho que o Brasil vem melhorando, só que os outros países também evoluíram. Os atletas da Geórgia, da Rússia, por exemplo, sempre ‘morriam’ no fim da luta. Hoje eles não cansam mais. Estão evoluindo, a estrutura está mais profissional”, afirma.

No entanto, ele admite que o judô brasileiro precisa seguir crescendo para se manter entre os favoritos, como foi nos últimos Mundiais. “O Brasil está entre os melhores ainda, mas, se quiser fazer a diferença, tem que melhorar mais ainda”, diz o campeão mundial de 2007 na categoria até 90kg.

Fonte de grandes medalhas para o Brasil em Olimpíadas, o judô é uma das apostas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para alcançar a meta de encerrar os Jogos do Rio-2016 entre os dez primeiros colocados no quadro de medalhas. A esperança é grande porque o País terá representante nas 14 categorias em disputa (sete no masculino e sete no feminino), ampliando as chances de pódio no ano que vem.