O Corinthians lutou até o fim pelo título do Brasileiro de 2010. Mas acabou terminando em terceiro com uma enorme lamentação: a equipe desperdiçou muitos pontos fora de casa contra os times de menor expressão daquela competição. Aquele revés até hoje serve de lição no clube e, sonhando alto após boa arrancada, o clube não quer saber de tropeço diante do caçula Chapecoense a partir das 18h30, na Arena Condá, em Chapecó.
Depois de desempenho satisfatório contra os gigantes Atlético-MG (0 a 0 em Minas) e Flamengo (2 a 0), o técnico Mano Menezes já passou sua intenção para a partida diante de um rival pequeno e entre os candidatos ao rebaixamento: trazer os três pontos na bagagem e mostrar aos rivais que o Corinthians que fraquejou no Paulistão já ficou para trás.
Mesmo ainda sendo começo de Brasileirão, o treinador já abre o sorriso para falar que o entrosamento começa a surtir efeito, a defesa mostra segurança e o antes contestado ataque agora dá as cartas.
Foram cinco gols nos últimos dois jogos (três diante do frágil Nacional-AM), o suficiente para alguns jogadores, caso do centroavante Guerrero, deixar o discurso humilde de dias atrás e já colocar o Corinthians entre os favoritos a andar no pelotão de cima.
“O time se entrosou bem nesse tempinho curto fora das finais do Paulista. A pausa foi muito boa pra nós. Chegou um treinador novo e a gente tinha de se entrosar. Agora sabemos o que o Mano Menezes quer e estamos procurando fazer em campo”, afirma Guerrero. “Se a equipe seguir assim pode pensar em brigar pelo título do Brasileirão, sim. Estamos no caminho certo”, garante.
A empolgação do peruano tem sentido. Foram três meses brigado com as redes até ele desencantar em Manaus. Aquele goleador cabisbaixo, de cara amarrada e que dava socos na cabeça a cada gol desperdiçado, agora está se sentindo o todo poderoso e disposto a emplacar série de gols.
Mano, após conversa com o camisa 9, sentiu que isso seria possível e já adiantou que o peruano pode voltar a dar alegrias aos torcedores como fez um tempo atrás. Tanto que orientou-o a não se intimidar na hora de finalizar. Guerrero tem total liberdade para arriscar os chutes a gol. Ou mesmo as jogadas individuais, apesar de esse não ser o seu forte.
SEM MEDO – Quando Wagner Reway apitar o início do jogo deste domingo, o torcedor verá uma postura corintiana ousada em campo. Com marcação sob pressão e defensores posicionados mais avançados, o Corinthians tentará mostrar que aprendeu a jogar como visitante. Mano descartou utilizar a estratégia mais precavida diante dos “pequenos”. Se o empate foi festejado diante do Atlético-MG, contra o Chapecoense será tratado como um tropeço.
Mesmo com o tradicional discurso de que é preciso respeito, a meta é buscar um gol rapidamente para deixar o adversário aberto em sua defesa e apostar nos contragolpes. É o Corinthians que largou sob desconfiança querendo mostrar sua força. E o discurso é bonito.