A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai anunciar no dia 6 de dezembro o craque do Campeonato Brasileiro. Até na entidade não há dúvida: o meia Conca é o melhor jogador da competição. Seus números falam por si e a qualidade do seu futebol é inversamente proporcional ao seu tamanho (tem 1,67m de altura) e a sua timidez. O argentino baixinho é o líder em assistências – deu 18 passes que resultaram em bolas na rede – e autor de gols decisivos. Enfim, ele é a alma de um time que pode estar a dois jogos de conquistar o título nacional depois de 26 anos.
O técnico do Fluminense, Muricy Ramalho, já disse que o custo-benefício de Conca é “enorme”. Afinal, o apoiador é o único jogador de linha a disputar os 36 jogos do Brasileiro e, embora a equipe carioca tenha os atacantes Fred, Washington e Emerson em seu elenco, o argentino é o artilheiro do time no torneio, com nove gols – Washington fez dez, porém dois ainda com a camisa do São Paulo.
Em entrevista por e-mail à Agência Estado, Conca afirmou que espera por uma chance na seleção argentina e festejou o sucesso feito por outros jogadores argentinos no Brasil, como Montillo, do Cruzeiro, e D’Alessandro, do Internacional.
“Sonho ainda em ter uma oportunidade na seleção de meu país. Estou trabalhando para isso e seria mais uma grande realização na carreira”, ressaltou, para depois reforçar: “É uma alegria ver jogadores do meu país conseguindo jogar bem no Brasil e serem reconhecidos. Acredito que isso vá levar ainda mais clubes a procurar jogadores no futebol argentino”.
Conca, por sua vez, negou que tenha vontade de se naturalizar para poder defender a seleção brasileira e falou sobre o motivo pelo qual ele acredita que ainda não foi convocado para a seleção argentina. O fato de atuar no Brasil também não é um fator que pesa contra ele, na sua opinião. “Saí muito novo da Argentina, praticamente desconhecido. Naturalmente ficou mais difícil conseguir uma vaga na seleção, mas pode ser que o momento esteja chegando. O futebol brasileiro é muito admirado na Argentina, assim como os brasileiros respeitam e gostam da nossa maneira de jogar”, analisou.
Já sobre a possibilidade de ser eleito pela CBF o melhor jogador do Brasileirão, Conca lembrou que a honraria só terá um sabor especial se o Fluminense terminar o torneio como campeão. “Seria o reconhecimento de um trabalho, de uma carreira dedicada. Estou muito feliz por tudo o que tem acontecido e espero que no final a alegria seja ainda maior com o título do Fluminense.”
Conca ainda comentou sobre o duelo contra o Palmeiras, no próximo domingo, em Barueri, onde ele fará seu 37.º duelo seguido na competição. Para ele, o time do Palestra Itália não irá facilitar a vida do Fluminense, apesar da grande possibilidade de Felipão escalar reservas e do fracasso da equipe carioca no confronto interessar diretamente ao Corinthians na briga pelo título.
“Falaram muito sobre o São Paulo e só conseguimos uma boa vantagem na partida quase no final do jogo (o jogo estava empatado por 1 a 1 até os 29 minutos do segundo tempo). Qualquer jogador que entra em campo quer vencer e o Palmeiras é uma grande equipe do futebol brasileiro. Sabemos que vamos encontrar dificuldades nestes dois jogos, ninguém no Fluminense espera facilidade para ganhar o título”, garantiu.