André Durão/Divulgação
A bola passa e Antônio Pizzonia salta. A imagem é bonita, mas o lance não deu em nada.

Aos poucos, eles vão entrando em campo. Estão empolgados, vestem uniformes novos, e rapidamente partem para o aquecimento no estádio Erton Coelho Queiroz.

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Mas é só partir o primeiro chute que eles se entregam – apesar de estarem em forma, não têm a menor intimidade com a bola. São os pilotos da Stock Car V8, a categoria mais importante do automobilismo nacional. Na véspera do início dos treinos, eles resolveram fugir do estresse jogando futebol.

Catorze pilotos participaram do jogo. No time laranja, os paranaenses Rodrigo Sperafico, Tarso Marques, Lico Kaesemodel e Enrique Bernoldi ganharam o reforço de Antônio Pizzonia, Ruben Carrapatoso (que mora em Curitiba) e Felipe Maluhy. Na equipe preta, Daniel Landri, Thiago Camilo, Pedro Gomes, Marcos Gomes, Juliano Moro, Thiago Medeiros e Ricardo Maurício. Nos gols, dois juvenis do Paraná Clube – Lucas e Taffarel, filho do narrador esportivo Moura Júnior, da rádio Transamérica.

Em dois tempos de vinte e cinco minutos, os times mostraram toda a competência – ou a falta dela – na Vila Olímpica do Boqueirão. ?O mais importante é que a gente se junta pra desestressar. É importante isso, a gente se diverte?, completou Antônio Pizzonia, que se destacou ao marcar dois gols a favor e um contra seu próprio time.

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No meio das jogadas erradas, furadas e gols perdidos em cima da linha (?Perdi dois que eu não podia perder?, lamentou Enrique Bernoldi), surgiram no time preto dois ?candidatos? a destaque futebolístico. Daniel Landi foi o artilheiro do dia, marcando três gols na vitória por 7×5. E Thiago Camilo, mesmo jogando descalço, demonstrou técnica – mas acabou sendo chamado de ?fominha? pelos seus próprios companheiros.

Ações

Além de jogar futebol na Vila Olímpica, os pilotos da Stock Car participaram ontem de outras ações promocionais. Thiago Camilo, Giuliano Losacco, Popó Bueno, Cacá Bueno, Thiago Marques, Ricardo Sperafico e Allan Hellmeister estiveram no Hospital Pequeno Príncipe e doaram livros e brinquedos para a instituição. E Antônio Jorge Neto comandou a trupe que foi a Morretes de litorina – com direito a barreado.

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Burti, igual na pista e na televisão

Os pilotos da Stock Car V8 são conhecidos – alguns são mais, outros menos. Mas, hoje, o nome mais forte da categoria é Luciano Burti. Além de ser um dos que já passoram pela Fórmula 1, o paulista é um dos comentaristas da F1 na TV Globo, o que lhe confere uma notoriedade inevitável. Mas ele quer se manter o mesmo na pista, com o microfone e no dia-a-dia.

Burti começou a participar das transmissões no ano passado, mas foi neste ano que ele foi fixado como ?convidado especial?, que é a forma como o piloto é apresentado. Ele diz não ter problemas com o nervosismo natural a quem empunha um microfone de uma emissora de TV. ?Eu tento nem pensar nisso. Não fico me preocupando, imagino que estou fazendo como agora, apenas conversando?, afirma.

Outro dilema que poderia passar pela cabeça de Luciano Burti é o fato de se tornar, de uma hora para outra, o ?estilingue? nas ?vidraças? dos pilotos da F1. Para não ter esse problema, ele mantém-se como um piloto que comenta, e não como um comentarista que pilota. ?Sou o mesmo em todos os lugares. Da mesma forma que converso na pista, falo na televisão?, explica.

Posição que o fez ganhar credibilidade entre os colegas de TV e de pista. ?Fico muito feliz ao ver que os jornalistas me aceitaram. Eu tenho o outro lado, de quem já viveu aquele mundo da Fórmula 1. Eu posso dar uma opinião quase explícita sobre alguns assuntos?, finaliza.