O Comitê Olímpico dos Estados Unidos iniciou processo de descredenciamento da USA Gymnastic, a federação norte-americana da modalidade. Com a decisão, a entidade deve perder seu status olímpico, perdendo sua representatividade diante dos atletas do esporte. O descredenciamento é mais uma consequência do escândalo sexual protagonizado pelo médico Larry Nassar.
Em uma carta aberta à comunidade da ginástica americana, a CEO do Comitê Olímpico, Sarah Hirshland, disse que os atletas “merecem algo melhor” e que os desafios enfrentados pela USA Gymnastic são maiores do que a entidade consegue encarar. Segundo a dirigente, a federação continuou cometendo erros mesmo após mudar a formação do seu conselho de gestão. “Esta é uma situação onde não há soluções perfeitas”, declarou Hirshland.
O anúncio acontece poucos dias depois de o time norte-americano conquistar nove medalhas no Mundial de Ginástica Artística, disputado em Doha, no Catar – a competição foi encerrada no sábado. Foi o primeiro grande campeonato de preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.
Ao descredenciar a entidade, o Comitê Olímpico dos EUA toma sua decisão mais grave desde os escândalos de abuso sexual de Larry Nassar, que está preso. Ao mesmo tempo, o Comitê vai deixar um vácuo na liderança da modalidade esportiva em solo norte-americano. Não há outra entidade semelhante para comandar a gestão da ginástica no momento, o que significa deixar sem comando um grupo de 150 mil atletas e 3 mil clubes.
Pela lei norte-americana, é o Comitê Olímpico que define quais entidades vão representar cada modalidade, através de um processo de credenciamento. A CEO do Comitê avisou que deu a opção de a federação de ginástica reconhecer suas dificuldades e pedir a desfiliação de forma voluntária.