Ao contrário do que se esperava, ainda não é certo que São Januário será a sede do rúgbi na Olimpíada de 2016. Enquanto o Vasco não aprova o projeto para a reforma de seu estádio, o Comitê Organizador da Olimpíada no Rio já se sente pressionado pelas cobranças do Comitê Olímpico Internacional (COI), e as repassa para o clube vascaíno.
“O COI está nos cobrando”, avisou nesta quarta-feira Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e também do Comitê local para os Jogos. O Vasco, porém, se vê dividido entre as correntes que querem a reforma bancada com dinheiro público e os que são contra o projeto, como o ex-presidente do clube Eurico Miranda.
Atual presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, Eurico deixou claro que se opõe à ideia. “Vou fazer o possível e o impossível para evitar que essa parceria aconteça. Estatutariamente, tenho que zelar pelo patrimônio do clube. Sou contra São Januário virar casa do rúgbi. Qual o benefício? Que presente é esse? Irei até as últimas consequências para impedir isso”, disse.
Para Eurico, pesa de forma negativa o aspecto de a reforma ser bancada pelo governo. “Por enquanto, não existe pauta para isso. Há rumores no clube sobre esse assunto, pode até ir para votação, mas sou contra. O acordo (com o Comitê) vai contra a nossa história. São Januário foi construído com o nosso esforço, cada um dando o tijolinho, sem recurso externo”, lembrou o ex-dirigente.
Atual presidente vascaíno, Roberto Dinamite, por sua vez, garante que o processo para São Januário sediar o rúgbi está adiantado. “Já tem um encaminhamento feito. Só tenho que comunicar ao Conselho Deliberativo. O Vasco tem que estar aberto para uma competição tão importante”, afirmou Dinamite, minimizado o fato de que o clube ficará sem poder jogar em seu estádio durante a reforma.