O comentarista esportivo Juarez Soares, mais conhecido como China, morreu na tarde desta terça-feira (23), aos 78 anos, em decorrência de um câncer. Ele iniciou a carreira com apenas 17 anos, como narrador esportivo, na Rádio Cultura, na cidade de Lorena, no interior de São Paulo.
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Juarez é uma marca da história do rádio e da televisão brasileira. Depois de sair de Lorena, trabalhou nas grandes equipes das rádios Tupi e Nacional – e foi pela Nacional, que já pertencia às (então) Organizações Globo, que passou para a TV. Seu estilo despachado e a facilidade de improvisar o transformaram no primeiro repórter do esporte global por longo tempo. Por conta disso cobriu as Copas de 1974, 1978 e 1982, os Jogos Olímpicos de 1976 e 1980 e diversos eventos de outros esportes. China foi repórter até em transmissões de Fórmula 1.
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No final dos anos 1970, dividiu-se entre a TV e a Rádio Globo, aí já como comentarista na equipe de Osmar Santos. Também revezava com Fausto Silva (sim, o Faustão) como apresentador do bloco esportivo do Bom Dia São Paulo. Passou a comentar na televisão a partir de 1981, como esforço da emissora para dar um perfil mais popular às transmissões, por conta da grande audiência da TV Record, principalmente em São Paulo.
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Na Copa de 1982, foi como repórter, cobrindo a seleção brasileira, apesar de ter comentado a final do Campeonato Brasileiro daquele ano, que foi antes do Mundial. Foi na Espanha que recebeu um convite, segundo ele, irrecusável – o de deixar a Globo e embarcar na aventura de cobrir todos os esportes com Luciano do Valle. Primeiro na Record e depois na Bandeirantes, China e “seu Bolacha” firmaram uma parceria que teve momentos épicos e dramáticos – o maior deles quando teve que anunciar a morte de Luciano no meio de uma transmissão da Rede TV! ao lado de Silvio Luiz.
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Silvio era seu parceiro no estilo – ranzinzas fora do ar, engraçados nas transmissões. Estiveram juntos até abril, quando o comentarista foi dispensado da Rede TV! e ficou sem trabalho. Juarez Soares deixa um histórico de combatividade na imprensa (foi um dos principais sindicalistas em sua época) e de talento na opinião, mostrando que não era preciso usar gravata e falar sério para praticar o bom jornalismo.
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