Paulo Roberto Falcão esteve muito perto de voltar a ser treinador depois de 15 anos, mas não será o novo comandante do Atlético. Na reunião da última sexta-feira, ocorrida no escritório do advogado de Falcão, Cristóvam Colombo, em São Paulo, o comentarista desistiu da ideia.
De acordo com o vice-presidente Enio Fornea, que participou da reunião, dois pontos impediram a assinatura. “O Falcão foi muito transparente, educado, é de um nível fantástico. Nossa reunião durou mais de quatro horas, mas não chegamos a um consenso de valores e prazo de contrato. Esses foram dois impeditivos. Não vamos comprometer nosso orçamento, ultrapassar os valores. Então nos restou agradecer”, revela.
Fornea diz ainda que fechar um contrato de dois anos seria falta de ética, por se estender além da gestão da atual diretoria. “Não vamos fazer um contrato que exceda nosso mandato, que encerra no final do ano. Pode ser que a próxima diretoria tenha um interesse por outro profissional e vamos respeitar isso”, explica Fornea, que ainda acrescentou que a medida vale para qualquer profissional que o Furacão venha a contratar. “Qualquer treinador que venha para o Atlético o contrato vai até o final do ano. E não vamos extrapolar o orçamento”, reforça o vice-presidente.
Os impedimentos também foram enfatizados por Falcão, apesar do ex-jogador garantir que a questão financeira seria o menor dos males. O contrato renovado com a Rede Globo, em janeiro, não seria problema. Segundo Falcão, ele tem um acordo com a emissora que o permite sair para ser treinador. “A parte financeira de maneira alguma seria impedimento. Isso se resolveria. Falei para o presidente. Mas eu pedi, até por ter um contrato com a Globo de quatro anos, que meu contrato com o Atlético fosse de dois. E o presidente me disse que não tinha condições de assegurar isso, porque o mandato dele encerra em dezembro. Isso foi o impeditivo”, conta Falcão.
Ligados
Falcão ficou impressionado com o clube e, mesmo não aceitando o convite, se diz muito perto do Furacão ainda. “Mesmo não indo para o Atlético estaremos muito ligados e podemos conversar futuramente. Quase tudo foi resolvido e o presidente foi muito ético de falar sobre o mandato. Isso me fez ficar ainda mais sentido por não ter ido. No futebol, se conta nos dedos as pessoas decentes e seriedade como tem no Atlético”, comenta Falcão, que acrescentou ainda que um dia pode sim dirigir o Furacão. “Eu ainda vou trabalhar no Atlético”, aposta.
Assim, o Rubro-Negro continua a busca pelo substituto de Sérgio Soares. Silas e Geninho surgem como possíveis treinadores, mas Fornea não confirma nenhum nome. “O Atlético vai contratar um treinador. O Leandro é interino. Agora vamos seguir com os nomes que já trabalhávamos. Semana que vem podemos ter novidades.”
