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Aos poucos, o jovem zagueiro foi ganhando moral e colocou Reginaldo Nascimento no banco.

Quando chegou ao Coritiba, vindo de Belo Horizonte, ainda para o time júnior, o zagueiro Vágner imaginava que poderia ter uma chance no grupo profissional. E as coisas aconteceram rapidamente para ele, que de capitão dos juniores passou a opção do então técnico Antônio Lopes. Dois anos depois da chegada, Vágner pode se considerar titular do Coxa – "prêmio" obtido, mesmo com a rapidez, de forma bem mineira.

Se é daqueles jogadores que gritam bastante em campo, característica que se acentua a cada dia, fora das quatro linhas o zagueiro é tranqüilo, fala pouco e prefere trabalhar a conversar. Mas reconhece que vive bom momento. "É muito importante para mim ter uma seqüência, poder mostrar dentro de campo que posso estar no time titular. Devo isso ao Cuca, que me deu todo apoio", comenta.

Além do treinador coxa, Vágner tem outro ?ídolo?: o Delegado, que foi seu lançador. "Ele foi uma pessoa muito importante na minha formação como jogador", admite o zagueiro, que tem o hoje técnico do Atlético como influência, até mesmo nas entrevistas. "O jogador tem que entrar em campo e responder presente", diz ele, usando uma expressão típica de Lopes.

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Aos 22 anos, Vágner já se sente mais seguro em campo, tanto que adquiriu a confiança de Cuca, que o efetivou na defesa e fez o capitão Reginaldo Nascimento disputar a vaga de volante com Márcio Egídio. Uma situação que ainda surpreende o zagueiro. "Ano passado, eu via o Nascimento como titular, e esperava que viesse a minha oportunidade. Hoje, estou aproveitando a chance que recebi", reconhece.

O interessante é que ele também é volante de origem e passou a jogar na zaga a partir da Copa São Paulo de Juniores de 2004, em um esquema com três zagueiros – exatamente como Cuca dispõe a zaga atualmente. "Isto me facilita muito, porque o Cuca exige da gente a qualidade na saída de jogo", explica Vágner, que confessa que um defensor não pode contar apenas com a vontade. "Nós vamos com a vibração, mas tem horas que você precisa saber jogar", resume.

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Contra o Botafogo, domingo, no Couto Pereira, Vágner estará novamente entre os titulares da defesa, ao lado de Miranda e Flávio. E ele sabe que a torcida espera mais do time após a derrota no Atletiba. Reassumindo a posição de líder que teve entre os juniores, o zagueiro espera o apoio dos torcedores. "Ninguém está mais triste que a gente. Mas é nessa hora, em que a gente perde um clássico, que nós mais contamos com a ajuda da torcida", finaliza.

Idéia de Cuca é manter mesmo time

O técnico Cuca iniciou ontem a montagem da equipe que enfrenta o Botafogo. E na primeira movimentação tática da semana ele escalou o Coritiba com o mesmo time que começou jogando o clássico de domingo contra o Atlético. Após ?blindar? os jogadores, assumindo as responsabilidades, o treinador espera a recuperação do grupo – se possível, fazendo o que não fez no Atletiba.

"Este elenco tem brios. Está todo mundo chateado, mas sei que vai se reanimar para o jogo e vai fazer de tudo contra o Botafogo", afirma Cuca, que depois da conversa de terça-feira partiu para a ?ação?. Além da já normal exigência de arremates a gol, o treinador coxa também espera maior imposição tática da equipe. "Nós aprendemos com o clássico, principalmente com nossas falhas no primeiro tempo", admite.

Mas no coletivo de ontem, realizado contra os juniores, o técnico montou o Coxa com os mesmos onze jogadores que iniciaram o clássico – e com a mesma orientação. Rafinha, postado como ala-direita, fazia as jogadas combinadas com Jackson, e às vezes derivava para o meio. "Desta vez deu certo, assim como tinha funcionado nos treinos da semana passada. Tudo que fazemos em campo é treinado", diz Cuca.

Depois, ele fez várias alterações, com três merecendo destaque – as entradas de Reginaldo Nascimento no lugar de Márcio Egídio, Caio na posição de Jackson e Marcelo Peabiru na vaga de Tiago.