A profunda crise que se instaurou no Paraná Clube à beira da zona do rebaixamento, com um aproveitamento de apenas 35,4%, teve reflexo arrasador, com a saída do técnico Rogério Perrô e o afastamento do vice de futebol Durval Lara Ribeiro.
A quarta-feira foi marcada por reuniões e mais reuniões, que no fim resultaram na contratação de Paulo Comelli, que hoje será apresentado ao grupo e já estréia à frente do Tricolor no próximo sábado, contra a Ponte Preta, em Campinas.
Mais um capítulo na recente história do clube, marcado por uma profunda instabilidade no comando técnico. Paulo Comelli é o oitavo treinador a comandar o Paraná, em apenas 1 ano e 8 meses. Uma trajetória preocupante e que resultou na queda para a Série B.
No ano passado, cinco treinadores passaram pelo clube ao longo das 38 rodadas da primeira divisão (Zetti, Pintado, Gilson Kleina, Lori Sandri e Saulo de Freitas). Agora, em apenas 16 rodadas, já são duas mudanças. Paulo Bonamigo e Rogério Perrô não resistiram aos maus resultados.
A saída de Perrô foi definida na manhã de ontem. O técnico confirmou, em entrevista coletiva, que partiu dele a decisão de deixar o comando do Tricolor. “Senti que a derrota para o Gama foi a gota d’água. Foi o sinal para que eu tomasse essa atitude”, disse o técnico.
Ele negou que incidentes ocorridos no intervalo do jogo em São Caetano do Sul, sábado passado, tenham acelerado esse processo. “Houve problemas, mas contornamos isso com muito diálogo. Todos nós estávamos mobilizados para fazer um grande jogo. Infelizmente as coisas não aconteceram como imaginávamos”, disse.
Contra o São Caetano, Rogério Perrô reagiu com rigor ao desempenho do time na etapa inicial. Teria tido uma postura áspera com o grupo, que gerou um mal-estar entre atletas e comissão técnica. “Repito. Isso foi contornado”, limitou-se a comentar o treinador.
Na sua visão, ficou muito difícil pensar em retorno à primeira divisão diante dos números obtidos pela equipe ao longo deste primeiro turno. “Ficou realmente muito complicado. O que mais me frustra foi não termos conquistado resultados em jogos onde fomos superiores aos adversários”, comentou Perrô, que creditou o insucesso ao elevado número de atletas lesionados e que seguem no departamento médico.
Paulo Comelli pega o bastão com a missão de tirar o clube do sufoco. Hoje, o foco principal passa a ser o afastamento das últimas posições. Aos 48 anos, o técnico tem um currículo extenso, tendo trabalhado em 33 clubes, de norte a sul do País.
Seu último grande momento foi em 2006, quando conduziu o Noroeste à 4.ª colocação no Paulistão, atrás apenas de Santos, São Paulo e Palmeiras. Na atual temporada, iniciou a Série B no Bahia, mas não resistiu aos maus resultados e “caiu” após quatro rodadas.