Começa o desafio do Rali Dacar

Rio (AE) – Cerca de 700 veículos iniciam hoje, às 7h45 (de Brasília) a disputa do rali mais perigoso do mundo, o Dacar, com um percurso de 8.956 quilômetros, que serão percorridos em 16 dias. Pela quarta vez na história da competição, que está em sua 27.ª edição, a largada ocorrerá na Espanha, em Barcelona.

Desde a sua criação, em 1979, quando a competição iniciou na França, recebendo o nome que a tornou internacionalmente conhecida, Paris-Dacar, a disputa sempre foi marcada pelos desafios físicos e técnicos do trajeto. Além deles, há os fatores alheios à disputa como: mortes, terroristas, minas terrestres, assaltos e saques.

Ao longo dos anos, o Dacar já contabilizou a morte de 13 competidores, excluindo as vítimas que participaram nas equipes de apoio e jornalistas. O idealizador da competição, o francês Thierry Sabine, foi um dos que perderam a vida na edição de 1986. Ele acompanhava de helicóptero a disputa, auxiliando os competidores perdidos no deserto, quando sua aeronave sofreu um acidente, após entrar em uma tempestade de areia.

Outro dado impressionante é que apesar das dificuldades e perigos aumentarem a cada edição, o número de inscritos para o Dacar cresce. No ano passado, foram 400 veículos, sendo 195 motos, 142 carros, 63 caminhões e 195 automóveis de assistência. Para a edição 2004/05 serão 416 competidores e 279 veículos de apoio.

Neste ano, o Brasil voltará a ser representado pela equipe Petrobras/Lubrax, com Jean Azevedo, na moto, Klever Kolberg e Lourival Roldan, no carro, além de André Azevedo, Luiz Azevedo e o Checo Mira Martinec, no caminhão. "Este rali será muito especial para nós porque estaremos chegando à maioridade. Vamos competir pela 18.ª vez e temos chances muitos boas de terminarmos nas primeiras colocações", disse Kolberg.

Novas regras limitam velocidade

Rio (AE) – Para evitar que o Dacar sofra dos mesmos problemas de competitividade da Fórmula 1, a diretoria da prova optou por fazer algumas modificações nas regras da competição. Além de alterações no percurso, limites de velocidade foram estabelecidos para diminuir a distância técnica entre as equipes de ponta e as intermediárias.

A edição 2004/05 do Dacar terá um percurso total de 8.956 km, 50 km a menos que a disputa anterior. Apesar da diminuição do trecho, os desafios permanecem.

No trecho mais longo deste ano, entre Zouerate e Tichit, na Mauritânia, previsto para o dia 6 de janeiro, serão 669 km onde os pilotos passarão por dunas, falésias, e pela vegetação mais temida por todos, conhecida por erva de camelo. Para dificultar ainda mais, após este trajeto, onde as probabilidades de os veículos apresentarem problemas são maiores, os carros não poderão receber assistência dos mecânicos de apoio. "Este ano 40% do percurso é inédito. As regiões da Mauritânia reservam sempre surpresas e o trecho entre Tichit e Tidkikja de 331 quilômetros deve ser o mais difícil", contou o piloto de caminhão André Azevedo. "E as regiões de savana também serão outro desafio."

O trajeto da prova é de 5.431 km e 3.525 km foram reservados aos deslocamentos. No total serão 16 etapas: 2 na Espanha, 3 no Marrocos, 6 na Mauritânia, 2 em Mali e 3 no Senegal.

Já as mudanças no regulamento foram bem recebidas pelos pilotos brasileiros. Klever Kolberg, do carro, gostou do limite de velocidade imposto para os veículos da categoria. (MC)

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