Começa hoje o Mundial de Clubes

Tóquio (AE) – De um lado, o Al-Ahly, do Cairo, no Egito, considerado pela Confederação Africana de Futebol como o time africano do século 20. Do outro, o Al-Ittihad, de Riad, na Arábia Saudita, vencedor de cinco dos últimos nove campeonatos nacionais. Eles se enfrentam a partir das 8h20 (horário de Brasília), na abertura do Campeonato Mundial de Clubes da Fifa.

O vencedor enfrenta o São Paulo, no dia 14, no mesmo estádio. A outra chave tem o Liverpool, campeão da Europa, enfrentando no dia 15, em Yokohama, o vencedor da partida entre Sydney, da Austrália, e Deportivo Saprissa, da Costa Rica, campeões da Oceania e da Concacaf, respectivamente.

É o primeiro Mundial de Clubes com esse formato, reunindo apenas os campeões continentais, e a segunda tentativa da Fifa em organizar um mundial interclubes. A primeira foi em 2000, no Rio, que terminou com o título do Corinthians. O campeonato não tinha critérios muito definidos. O Corinthians entrou como campeão brasileiro de 1999, como representante do país-sede. O Vasco, como campeão da Libertadores do ano anterior, ?caroneando? o Palmeiras, campeão de 99. Até hoje se discute quem foi o convidado.

O parceiro da Fifa na organização do campeonato era a ISL, um fundo suíço de investimentos que quebrou no ano seguinte, impossibilitando a continuação do mundial. Agora, a Fifa se uniu com a Toyota para o mundial que começa esta manhã.

Uma união de interesses. A Fifa nunca aceitou que os vencedores da partida entre o campeão da América do Sul e da Europa fossem considerados campeões do mundo. Agora, para aprimorar seus laços com a empresa japonesa, considera a existência de dois campeões mundiais em 2000: o Corinthians, que venceu o torneio realizado pela própria Fifa, e o Boca Juniors, que venceu a Copa Intercontinental contra o Milan.

São discussões que vão ficar na história. O Corinthians, com uma enorme placa ao lado do seu estádio, lembra a todos que é o primeiro campeão mundial reconhecido pela Fifa. Rogério Ceni, do São Paulo, prefere dizer que, ?para conquistar o mundo é preciso atravessá-lo?, lembrando que o Corinthians nunca venceu a Libertadores. A certeza é que agora há muito dinheiro possibilitando a continuação por muito tempo do campeonato mundial seguindo a fórmula atual. Não há perigo de ?quebra? de parceiro da Fifa. Com o tempo, o campeonato deve ?pegar?, ganhando mais entusiasmo dos torcedores de futebol de todo o mundo.

Os 15 milhões de dólares distribuídos aos participantes pode fazer até com que os clubes europeus encarem a disputa de forma menos ?blasé? e mais competitiva. Talvez quando o mundial for realizado na Europa, provavelmente em 2007, quando se iniciará um revezamento entre as sedes. No ano que vem será novamente no Japão.

Até para eles, com orçamentos milionários, o prêmio de US$ 4,5 milhões para o campeão é tentador. O segundo leva US$ 3,5 milhões; o terceiro, US$ 2,5 milhões; o quarto, US$ 2 milhões, o quinto fica com US$ 1,5 milhão e o sexto colocado, que volta para casa com duas derrotas, terá a agradável companhia de US$ 1 milhão.

O Liverpool e o São Paulo são os favoritos para vencer. O São Paulo é o único dos seis participantes que já venceu o mundial, por duas vezes, em 1992 e 1993, comandado por Telê Santana. O Liverpool é o time inglês com mais campeonatos nacionais vencidos. São 18. Mas, não é isso que embala a sua força. O empate que conseguiu com o Milan, descontando em 15 minutos uma desvantagem de três gols, pesa mais. O título europeu veio nos pênaltis, em seguida.

O São Paulo se credenciou ao vencer o Atlético na final da Libertadores, mas sua torcida não esquece a semifinal, quando o River Plate, da Argentina, foi vencido duas vezes – por 2×0, em São Paulo, e 3×2, em Buenos Aires.

São Paulo tenta o tri, doze anos depois

Tóquio (AE) – O São Paulo está na cidade preferida por sua torcida. Embalado pelos títulos mundiais de 1992 e 1993, todo são-paulino passou a cultivar um espécie de amor especial por Tóquio. Todos falam em Projeto Tóquio e, desde que Telê Santana ganhou o último título, todos esperavam pela volta.

Ela chegou agora, depois de 12 anos. Rogério Ceni, que era um reserva iniciando a carreira, hoje é capitão e principal ídolo da torcida. Mais do que ninguém, ele sabe como a torcida quer seu terceiro título. ?É um sonho de todos nós, são-paulinos, que faremos de tudo para concretizar?, diz, mostrando que seu vínculo com o clube não é apenas esportivo.

Para chegar a Tóquio, o São Paulo fez uma campanha de alto nível na Copa Libertadores. Foram três vitórias e três empates na primeira fase, sob o comando de Leão nos cinco primeiros jogos e de Milton Cruz em um deles.

Nas oitavas-de-final, o time enfrentou o Palmeiras, um rival de peso. Paulo Autuori já era o treinador e o time se classificou com duas vitórias -1×0 e 2×0. Uma goleada por 4×0 sobre o Tigres, do México, com dois gols de Rogério Ceni, praticamente garantiu a passagem para as semifinais. O time pôde até perder por 2×1 a segunda partida.

O River Plate, da Argentina, caiu por 2×0 no Morumbi, e por 3×2 em seu estádio, o Monumental de Nuñez. Foram os jogos de estréia de Amoroso, que veio do futebol espanhol e se entrosou rapidamente. O título veio com uma goleada por 4×0 sobre o Atlético, no Morumbi, depois do empate por 1×1 em Porto Alegre.

É com a mesma base dessas vitórias que o São Paulo se apresenta ao mundial. São poucas diferenças. Alex perdeu a posição para Edcarlos e Luizão deixou o elenco. Diego Tardelli, que poderia substituí-lo, foi emprestado para o Bétis. Vieram Christian, Thiago Ribeiro e Aloísio.

Grafite está voltando de uma contusão no joelho direito, que o afastou do futebol por cinco meses e todos brigam por uma posição ao lado de Amoroso. É a única dúvida.

O esquema é o 3-5-2, que voltou após Paulo Autuori fazer algumas tentativas. Assim, Júnior e Cicinho podem exercer sua capacidade ofensiva com mais tranqüilidade. São protegidos por Fabão, que joga mais pela direita (quase um lateral), o ídolo Lugano e Edcarlos na esquerda.

No meio-de-campo, a dupla Mineiro e Josué tem sido citada sempre como fundamental. São jogadores com grande poder de marcação e com ótima saída de bola desde a defesa. Mais à frente fica Danilo, que sempre se desloca para a esquerda. (LAS)

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