Começa hoje a campanha do hexa

Ciente da importância de seu cargo, não se envergonhou de mostrar o medo e a tensão, que serão usados em benefício do grupo. "É claro que, apesar dos anos de experiência, a gente sente medo, fica tenso, vem o friozinho na barriga. Mas estas coisas servem para nos dar motivação", disse Parreira. "Não é aquele medo que te intimida, mas que te dá coragem para superar os desafios."

E desde que voltou à seleção, no início de 2003, os desafios se tornaram ainda mais constantes na vida de Parreira, de 63 anos, campeão do mundo em 1994, nos Estados Unidos. O fato de estar à frente do time mais prestigiado e temido do mundo, com todas as regalias que o cargo pode oferecer, não seduz o treinador, que sempre lembra a necessidade de estar vencendo.

"Muitos falam que está tudo bem, que não fui pressionado na convocação. Mas é só perder um jogo e veremos o que acontecerá. Os críticos logo vão aparecer", afirmou Parreira. "Pensa que ser técnico do Brasil é mole, mano? Ter todo dia alguém pedindo por um ou outro jogador na rua, a pressão pelas vitórias…", afirma.

Apesar do desabafo, Parreira contou não estar arrependido de ter reassumido o cargo. É um otimista quando o assunto é a conquista do hexacampeonato mundial, sempre ressaltando a necessidade de os jogadores atuarem conscientes de que o favoritismo precisa ser provado em campo a cada minuto dos jogos.

Além de Parreira, está prevista a presença no embarque hoje à noite, no Rio, para Zurique – de onde a seleção seguirá para Weggis, local da preparação para a Copa -, a comissão técnica e os jogadores Cicinho, Cris, Luisão, Ricardinho, Roberto Carlos, Robinho, Rogério Ceni, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Emerson, Gilberto, Juan e Júlio César. Juninho Pernambucano sairá de Recife e os demais atletas partirão da Europa.

Ciente de que os convocados têm tudo para ser campeões, Parreira procurará aliviar a responsabilidade praticando um de seus hobbies preferidos e adquirido nos últimos anos: fotografar. Inúmeras vezes, o técnico da seleção, após os treinos, conversa com os repórteres fotográficos para saber qual a novidade no mercado.

Já a pintura, outra paixão do discípulo da escola Impressionista, por enquanto está esquecida, pela falta de tempo. "Como qualquer arte, a pintura, na minha vida, é algo inato. Sempre gostei muito de desenhar e de fotografias também", destacou o treinador, sem esquecer o pensamento de que deve nortear suas conversas para motivar os jogadores. "O futebol é a única coisa que une esse País de norte a sul, leste a oeste. Nunca tivemos uma guerra, não brigamos pela nossa independência, não temos símbolo, mas o futebol sim, exerce essa função!"

Em Weggis, a seleção permanecerá até o dia 4 de junho, data da saída da Suíça para o "quartel-general" da equipe na Alemanha, em Königstein. Neste período, o Brasil fará jogo-treino contra a seleção de Lucerna, na Basiléia, e no dia 4 de junho enfrenta a Nova Zelândia, em Genebra.

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