Miguel Costa Jr./MF2 |
Faltam boxes para acomodar os cinqüenta carros. |
São Paulo (AE) – A Stock Car larga hoje, às 11h, em Interlagos, para a sua 29.ª temporada, nadando em dinheiro.
Com dezenas de patrocinadores dos mais variados ramos de atividade – entre eles, várias empresas farmacêuticas, que formam o bloco principal de investidores -, a categoria contrasta radicalmente com outras do automobilismo nacional. Não há mais, por exemplo, campeonatos brasileiros de fórmula, só regionais. Uma das causas é a escassez de patrocínio, drama que não aflige a Stock Car.
Dinheiro não falta. Por isso, apesar de o gasto médio por carro ser de R$ 1,2 milhão na temporada (12 provas), 50 pilotos se inscreveram para a etapa deste domingo – e 12 deles vão ficar de fora, pois só largam 38 carros, segundo o regulamento. Muitos deles levaram patrocinadores às equipes. Mas há vários casos de pilotos assalariados (média de R$ 30 mil mensais).
Como em toda competição automobilística, na Stock convivem equipes grandes, médias e pequenas. Os dirigentes das grandes dormem tranqüilos, pois contam com patrocinadores cujo investimento na temporada chegará a R$ 4 milhões – incluindo-se na conta ações promocionais, como montagem de camarotes. Isso ocorre porque o retorno é praticamente garantido. Os carros parecem outdoors móveis, as corridas transmitidas pela TV têm boa audiência, e os autódromos estão sempre cheios.
Treino
O estreante Daniel Serra (vice-campeão da Stock Light ano passado) surpreendeu e larga na pole-position, marcando 1min41s111 como volta mais rápida. Tarso Marques larga em oitavo e Lico Kaesemodel será o décimo.
Família Marques ?domina? a categoria
Erica Akie
São Paulo (AE) – Na Stock Car, já virou um fato comum a presença de irmãos correndo em equipes diferentes. São os casos de Cacá e Popó Bueno e de Ricardo e Rodrigo Sperafico. Mas na temporada 2007, o sobrenome que domina os autódromos é Marques: são dois pilotos e dois chefes de equipe.
Na pista, quase todos são rivais. Tarso é piloto da equipe Terra, Thiago corre pela Cimed Action, que tem como chefe de equipe Paulo de Tarso, o pai. O último dos Marques é Garcez, que comanda a equipe da Biosintética.
?Estreei ano passado na Stock, enquanto o Thiago vai para o quinto ano. Claro que quero que ele vá bem, mas que esteja sempre atrás da nossa equipe?, diz Tarso.
Thiago não perde tempo em responder ao irmão: ?Sempre fomos competitivos. Tinha briga quando jogávamos bolinha de gude, truco e canastra. Na Stock não é diferente?.
Tarso diz que não houve nenhuma briga com Thiago desde que começaram a correr juntos. ?O Thiago começou a correr aos 21 anos. Ainda não brigamos, mas acho que desse ano não passa?, brinca.
Em uma terceira equipe, quem sofre é o irmão mais velho, Garcez. ?Como profissional, a história é torcer para os pilotos da Biosintética. Perguntar quem eu prefiro que ganhe é sacanagem. Sentimentalmente falando, sempre quero que meus irmãos se dêem bem?, desabafa.
Paulo de Tarso, pai dos três, foi um piloto consagrado em quase três décadas. Hoje é chefe de equipe da Cimed Action. Mas nem tem tempo para paparicar Thiago. ?Nada disso. Eu nem cuido do carro do Thiago, cuido do carro do (Luciano) Burti. Com o Tarso, então, eu nem falo. Ele é adversário?, brinca.