Começa a luta pelo ouro olímpico

Uma nova geração do futebol brasileiro se apresenta hoje, no mundo árabe. Jogadores com idade até 23 anos, sob o comando de Kaká, debutam na seleção sub-23, que estréia no Torneio do Catar contra a Noruega, às 11h15 (horário de Brasília), em Doha – o jogo não terá transmissão da televisão. Será o primeiro teste da turma de garotos que o técnico Ricardo Gomes projeta para disputar o Torneio Pré-Olímpico, em janeiro de 2004.

Ricardo Gomes, também um novato no comando da seleção sub-23, elegeu jovens jogadores que se destacaram em seus clubes. A estrela da companhia é Kaká, referência do futebol brasileiro no Pré-Olímpico e da seleção principal na administração Carlos Alberto Parreira.

Kaká é o mais experiente do grupo. Fechou a temporada de 2002 como o melhor jogador em atividade no Brasil e com status de campeão do mundo na Copa da Coréia do Sul e Japão, em junho do ano passado. Em Doha, é a atração da seleção. Tudo perfeito, não fosse um problema: o garoto do São Paulo está sem roupa em Doha.

Sua mala foi extraviada no desembarque da delegação, na quinta-feira. A Varig, companhia aérea que levou os garotos ao Catar, ainda não encontrou a bagagem de Kaká. O jogador ficou sem suas roupas, videogames e chuteiras da patrocinadora Adidas. Sem alternativas para resgatar sua bagagem, passa os dias usando apenas os uniformes da seleção. Em um shopping, comprou meias e cuecas. E não esconde a irritação com a inusitada situação.

O problema do extravio da mala ainda não tirou a concentração do jogador, eleito capitão da seleção pelo técnico Ricardo Gomes. “Kaká é o melhor jogador do futebol em atividade no Brasil”, disse Parreira, que substituiu Felipão no time principal. “O futebol brasileiro é pródigo em revelar talentos. Em que lugar do mundo, depois de seis meses da conquista do penta, o futebol revelaria um Diego, um Robinho e outros? Temos uma nova geração com o Ricardo Gomes no Catar e esses garotos da sub-20 que brilham no sul-americano.”

O time da estréia contra a Noruega terá Rubinho; Maicon, Luizão, Júlio Santos e Michel; Fernando, Julio Baptista, Kaká e Léo Lima; Robert e Nenê.

A maioria dos titulares tem boa quilometragem em seus clubes. Rubinho, goleiro do Corinthians, é a exceção. Jogou pouco no time principal, mas tem sido destaque das seleções de base nos últimos anos. Nas laterais, Maicon, do Cruzeiro, e Michel, do Atlético-MG, participaram do campeonato brasileiro.

Michel se destacou como uma das revelações da competição nacional. Na zaga, Luizão, também do Cruzeiro, foi convocado por Zagallo para o amistoso do Brasil contra a Coréia em novembro. É nome provável nas futuras listas de Parreira e Zagallo. Júlio Santos chegou a ser titular do São Paulo no campeonato brasileiro, jogando na zaga e meio-campo. Os volantes Julio Baptista, do São Paulo, e Fernando, do Grêmio, têm discretas passagens pela seleção principal.

Kaká dispensa comentários. Léo Lima é outro com bom cartel nas seleções de base. O meia-atacante do Vasco tem no seu currículo o título de campeão no mundial sub-17, disputado na Austrália em 1999. No Brasileiro de 2002, dividiu com Petkovic a preferência dos torcedores vascaínos.

No ataque, Robert, um dos artilheiros do São Caetano, também tem passagem nas seleções de base. Havia trocado o Botafogo de Ribeirão Preto por um clube da Bélgica, até ser contratado pelo time do ABC paulista. E fechando os 11 escalados por Ricardo Gomes, Nenê, atacante do Palmeiras, um dos poucos que se salvaram do desastre do time ano passado.

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