O primeiro encontro entre a nova ?cúpula? do Coritiba aconteceu ontem e serviu para planificar a temporada 2006 alviverde. O assessor da presidência José Hidalgo Neto, o diretor de futebol Almir Zanchi e o superintendente Odivonsir Frega se encontraram com o presidente Giovani Gionédis e iniciaram o planejamento para o próximo ano, pensando não só no time profissional, mas em uma estrutura que englobe todas as categorias. A manutenção de Márcio Araújo no comando técnico não foi oficialmente decidida, mas deve acontecer nos próximos dias.
A reunião começou à tarde, no escritório de Gionédis. Foi uma conversa ?quase? secreta, pois até às 16h não havia sequer a informação sobre o local do encontro. Havia uma pauta clara: definição da comissão técnica, primeira avaliação sobre o elenco e decisão sobre o planejamento para a temporada 2006. ?A gente precisa acertar as coisas o mais rápido possível?, resume o Capitão Hidalgo.
A permanência de Márcio Araújo era o primeiro tema e por isso o técnico também esteve em boa parte da reunião – assim como o auxiliar técnico Cláudio Marques, este já confirmado no Coxa para 2006. O fato de ele estar na conversa já indica a possibilidade real de renovação, mas nem os comandantes do futebol nem a diretoria confirmaram o acerto ontem. ?Estamos vendo, mas ainda não acertamos nada?, diz o assessor da presidência.
A tendência, entretanto, é de manutenção do treinador. ?Se eu fosse falar agora, eu diria que a possibilidade dele ficar é grande?, diz Gionédis. Mas o presidente quer tomar a decisão depois de ouvir a avaliação de cada um dos diretores e dos três comandantes do departamento de futebol. ?Vamos fazer uma avaliação técnica do trabalho feito nesta temporada. Até a próxima segunda-feira vamos definir toda a comissão técnica?, garante.
Hidalgo, Zanchi e Frega estiveram debruçados em um plano de integração total das categorias de base e do time profissional. O primeiro passo do projeto é a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que acontece no início de janeiro.
Oficial
Gionédis fará hoje pela manhã a apresentação oficial de Almir Zanchi, Odivonsir Frega e José Hidalgo Neto.
A vez da molecada
O negócio é com eles. Com a reformulação prometida pelo novo comando do futebol do Coritiba, os jovens farão a base da equipe para a temporada 2006 – uma das mais importantes da história recente, muito pela necessidade de fazer o time voltar para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Os jogadores formados nas categorias de base do Alto da Glória enfrentam o primeiro grande revés da carreira e também a primeira grande pressão.
Não é somente a luta por um título, ou por uma classificação. Agora, está em jogo a honra do clube e do próprio elenco que permanecer – pois será com um novo grupo que o Cori tentará voltar à elite. ?A garotada vai ter que assumir a responsabilidade. Pelo que a gente está vendo, vamos ser a maioria em 2006. E vamos encarar esta obrigação de frente, sem medo e com muita vontade de ajudar o Coritiba?, avisa o zagueiro Vágner, que já assume um posto de liderança natural, pois foi capitão do Coxa nas categorias de base.
Ele e os outros garotos do grupo (Ricardinho, Peruíbe, James, Anderson Gomes, Rodrigo Mancha e Douglas Ferreira foram os que mais atuaram no último Brasileiro) não esperavam o baque do rebaixamento. Ainda abatido, o lateral Ricardinho não escondia a decepção. ?Acabamos frustrando muita gente. A expectativa que todos tínhamos era grande e acabou nesta frustração. Não estávamos preparados para isso?, confessa o jogador, destaque da equipe nas últimas rodadas.
Agora, eles tentam tomar a situação como lição. ?Precisamos aprender com os nossos erros, para não repeti-los na próxima temporada?, reconhece Ricardinho.
Coxa pode se dar bem
O Coritiba pode ser beneficiado por uma ação do Fortaleza, que decidiu, ontem, pedir ao STJD a exclusão do Inter do Brasileirão, argumentando que o time gaúcho usou um ?laranja? – no caso o torcedor e advogado Leandro Konrad Konflanz – para ingressar na Justiça comum e impedir que o Corinthians fosse reconhecido como campeão da Série A deste ano.
Caso obtenha êxito na ação, o Fortaleza se beneficiaria ficando com a última vaga para a Sul-Americana. Excluído do Brasileirão, o Inter perderia a vaga na Libertadores do ano que vem para o Palmeiras que, por sua vez, cederia lugar ao Fluminense. O Coritiba também sairia ganhando, permanecendo na Série A.
De acordo com o diretor do departamento jurídico do Fortaleza, Francisco José Gomes da Silva, o pedido do clube cearense baseia-se no Artigo 231 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que proíbe os clubes de entrarem na Justiça comum e/ou se beneficiarem de medidas impetradas por terceiros.
A pena prevista é a exclusão do campeonato e multa de R$ 50 mil a R$ 500 mil.