O Brasil fracassou nas provas individuais de velocidade e meio-fundo nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Restando ainda as finais dos 200m, nos quais não terá representante, o atletismo brasileiro ganhou uma única medalha, de bronze, nas quatro provas mais rápidas da modalidade, oito na soma de masculino e feminino. É o pior resultado desde 1979.
Nas finais desta quinta-feira à noite, o Brasil praticamente só brigou para fugir do último lugar. Foi assim nos 400m para os homens, em que Hugo Balduíno completou na sétima colocação, com 46s07. A prova foi forte, vencida pelo dominicano Luguelin Santos (44s56), seguido do tobaguiano Machel Cedenio (44s70) e do americano Kyle Clemons (44s84). Tais marcas entram entre o 13.º e o 18.º lugar do ranking mundial.
Entre as mulheres, Geisa Coutinho ficou em sétimo, com 52s05, a mais de meio segundo da medalha. A brasileira ficou longe do tempo de 51s43 que fez para vencer o Troféu Brasil, em maio, e que seria suficiente para lhe garantir o bronze. O pódio foi formado pelas americanas Kendall Baisden (51s27) e Shakima Wimbley (51s36), e por Kineke Alexander (51s50), de São Vicente e Granadinas.
O melhor resultado acabou sendo nos 800m, com Cleiton Abrão. O brasileiro tentou atacar os líderes da prova na última curva, buscando o bronze, mas tinha muito menos fôlego que os rivais. Terminou em quinto, com 1min48s82. O EUA fez dobradinha de ouro e bronze, com Clayton Murphy (1min47s19) e Ryan Martin (1min47s73), em uma prova lenta. A Colômbia foi ao pódio com Rafith Rodríguez (1min47s23).
A única medalha nas provas de velocidade e meio-fundo do atletismo do Brasil no Pan foi conquistada pro Flávia Maria de Lima. Na terça-feira, a paranaense de 22 anos que ganhou uma surpreendente medalha de bronze nos 800m.
Nos 100m, na quarta, Rosângela Santos foi quarta colocada, igualando seu recorde pessoal, enquanto Ana Cláudia Lemos foi sétima. Na prova masculina, os dois brasileiros foram eliminados na primeira fase eliminatória. Já nos 200m, Ana Cláudia sofreu lesão muscular e Vitória Rosa ficou na semifinal, assim como Bruno Lins e Aldemir Gomes.
Como comparativo, o Brasil ganhou cinco medalhas nessas mesmas provas em 2011, sendo duas de ouro. Outro resultado tão ruim, só em 1979, quando Agberto Guimarães foi bronze nos 800m.
ÍNDICES – O fracasso nas provas rápidas do atletismo não se reflete apenas no quadro de medalhas, mas também na delegação que vai ao Mundial de Pequim (China) e aos Jogos Olímpicos do Rio. Afinal, apenas atletas que já tinham índices os ratificaram. Nenhum novo atleta se qualificou.
Pensando no Mundial, para o qual o período de obtenção de índices termina no sábado, Cleiton Abrão ficou a quase 3 segundos do tempo necessário. Hugo acabou mais de meio segundo acima do índice. Geisa, Ana Cláudia, Rosângela, Vitória Rosa, Flávia, Bruno e Aldemir foram ao Pan já qualificados para Mundial e Olimpíada.