O Palmeiras goleou neste domingo o São Paulo por 4 a 1 no Estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, em duelo válido pela 15.ª rodada do Campeonato Paulista. Com o resultado, o time alviverde se manteve na zona de classificação, agora em segundo, enquanto o clube tricolor ficou fora do G-4. O resultado foi especial para os torcedores do Palmeiras, que viram um tabu de 10 anos cair.
O técnico Muricy Ramalho, acostumado a montar seus times com três zagueiros, optou, com Júnior, por um esquema mais ofensivo, no 4-4-2. Isso deu maior volume de jogo à equipe são-paulina, que realizou sua melhor primeira etapa neste Paulistão. O Palmeiras, com Wendel no lugar do suspenso Pierre, ficou com o meio-campo vulnerável.
Contudo, os times sofreram com o estado lamentável da gramado do Santa Cruz. Por causa da chuva, o campo ficou cheio de poças – foi um festival de jogadores escorregando. E o gramado pesado contribuiu para um jogo violento, truncado, cheio de faltas – o lance mais desleal aconteceu aos 32 do primeiro tempo, quando Kléber, do Palmeiras, acertou uma cotovelada no zagueiro André Dias, que ficou com o supercílio aberto e teve de levar sete pontos.
Virada
Num jogo recheado de craques, não há campo ruim que impeça o bom futebol. Ele, no entanto, só chegou no final da primeira etapa. Aos 39 minutos, na melhor jogada do time são-paulino, que é a bola aérea, o meia Jorge Wagner cobrou escanteio e encontrou a cabeça de Adriano. O Imperador não perdoou e mandou a bola no fundo das redes de Marcos.
Mas a festa dos torcedores do tricolor foi estragada por um ex-são-paulino: o atacante Kléber. Quatro minutos após o gol do Imperador, o jogador do Palmeiras recebeu passe na meia-lua da grande área, deu um belo corte no zagueiro Juninho e chutou no canto de Rogério Ceni.
No intervalo do jogo, Luxemburgo disse que o clássico poderia ser decidido nos detalhes. E foi justamente assim que o Palmeiras conquistou sua vitória. O jogo no segundo tempo seguiu equilibrado até os 31 minutos, quando Valdivia recebeu carrinho de Júnior dentro da área e o árbitro Flávio Rodrigues Guerra marcou pênalti.
O ex-são-paulino Denílson, que tinha acabado de entrar, foi para a cobrança e bateu no canto oposto de Rogério Ceni. O jogador, que havia dito que não comemoraria gol contra seu ex-time, vibrou como um garoto, batendo a mão no peito antes de ser abraçado pelos companheiros.
A virada desestabilizou o São Paulo, que aos 37 minutos voltou a cometer outro pênalti infantil. O atacante Kleber recebeu cruzamento do meia Léo Lima, dominou a bola dentro da área e recebeu um empurrão de Juninho, que acabou expulso. Valdivia cobrou a penalidade, fez 3 a 1 e chorou na comemoração.
Mas os torcedores do Palmeiras ainda viriam a sorrir com outro pênalti. Aos 50 minutos, Richarlyson, estabanado, derrubou Diego Souza. O próprio jogador foi para a cobrança e não perdoou Rogério Ceni. É a primeira vez no ano que o São Paulo leva quatro gols.