Com três ouros e chuva de recordes, natação brasileira mostra força

O Brasil teve uma grande noite no segundo dia de disputas da natação nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, nesta quarta-feira. Após coroar João de Lucca nos 200m livre e Thiago Simon nos 200m peito, o País garantiu o terceiro ouro do dia vencendo a forte equipe dos Estados Unidos no revezamento 4x200m livre. Leonardo de Deus, Thiago Pereira e Manuella Lyrio ganharam um bronze cada.

O time formado por Luiz Altamir, João de Lucca, Thiago Pereira e Nicolas Oliveira completou a prova em 7min11s15, novo recorde dos Jogos Pan-Americanos. A marca renderia ao Brasil o sétimo lugar no Campeonato Mundial de 2013. A referência é necessária porque essa equipe precisa ficar entre as 12 primeira em Kazan (Rússia), daqui a duas semanas, para se classificar para os Jogos Olímpicos.

Mais cedo, João de Lucca teve um final de prova impressionante para vencer os 200m livre e bater o recorde sul-americano, que era de Thiago Pereira e havia sido feito na época dos trajes tecnológicos, em 2009. O carioca marcou 1min46s42 e entrou para a história da natação brasileira. Nicolas Oliveira também fez uma grande prova, mas foi só o quinto.

Depois, nos 200m peito, Thiago Simon foi protagonista de uma prova em que Thiago Pereira viria a se isolar com o recorde brasileiro de medalhas em Jogos Pan-Americanos – chegou depois, no revezamento, a 21, contra 19 de Gustavo Borges.

Thiago Simon colocou mais de um corpo de vantagem sobre os rivais. Comparado fisicamente a Felipe França, o grandalhão corintiano venceu com o tempo de 2min09s82 e estraçalhou o antigo recorde do Pan, baixando-o em quase três segundos. Fez, ainda, o 14.º melhor tempo do mundo na prova.

A única prova masculina que o Brasil não venceu nesta quarta-feira foi os 200m costas, em que Leonardo de Deus, com 1min58s27, terminou em terceiro, com a medalha de bronze. A marca faz dele 27.º do ranking mundial, baixando em um minuto e meio seu melhor tempo no ano. Ouro e prata foram para os Estados Unidos, com Sean Lehane (1min57s47) e Carter Griffin (1min58s18). Brandonn Pierry acabou retirado da final B, poupado para o restante da competição.

MAIS RECORDE – Na natação feminina, o Pan está sendo perfeito. Se não em medalhas, pelo menos no relógio. Em sete provas, foram seis recordes sul-americanos batidos, ainda que isso não seja suficiente para superar as fortes equipes dos Estados Unidos e do Canadá.

Joanna Maranhão não ganhou medalha nos 200m costas, prova que está longe de ser sua especialidade, mas fez bonito na final, mesmo no quinto lugar. Com 2min12s05, baixou em 0s04 o recorde sul-americano que pertencia a Natália de Luccas desde 2013.

O Brasil ainda teve Luiza Vieira, atleta radicada nos EUA e que nunca competiu no Troféu Maria Lenk, nadando a final B dos 200m costas. Nadadora do Guarani, de Campinas, ele foi a sétima colocada (15.ª no geral), com 2min21s17. Ficou a mais de 9s da marca feita por Joanna Maranhão.

Nos 200m livre, o ouro foi para Allison Schmitt, atual campeã olímpica da prova, com 1min56s23, oitavo melhor tempo do mundo. Manuella Lyrio chegou em terceiro, com 1min58s03, e baixou em um segundo e meio o antigo recorde sul-americano, que pertencia a ela mesmo, de 1min59s52. Agora, é a 30.ª do mundo.

Larissa Oliveira, que na terça-feira nadou duas vezes abaixo do antigo recorde sul-americano dos 100m livre (na prova individual e, depois, no revezamento), não repetiu o sucesso nos 200m. Ficou em quinto, com 2min00s32.

A única prova em que as brasileiras não bateram o recorde sul-americano no Pan até aqui foi os 200m peito, exatamente aquela em que o País tem seus piores resultados. Pamela Souza foi oitava e última colocada, com 2min32s41, em uma prova dominada pelas canadenses Kierra Smith (2min24s38) e Martha Mccabe (2min24s51). A norte-americana Annie Lazor ficou com o bronze. Na final B, Beatriz Travalon foi terceira (11.ª geral), com 2min33s21.

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