Mineirão, 29 de julho. Aos 19 minutos do segundo tempo, o quarto árbitro levanta a placa com a substituição no São Paulo, que vencia o Cruzeiro por 1 a 0, pela 16.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Nenê olha para a lateral: “Eu???”, questiona ao técnico Diego Aguirre. Diante da resposta positiva, fecha a cara e sai contrariado. O gesto não surpreendeu o uruguaio nem a diretoria. No clube, a fama de vaidoso já era conhecida. O segredo foi utilizar isso a favor do time.
Nesta quarta-feira, quando o líder do Brasileirão abre o returno contra o Paraná, às 19h30, em Curitiba, Nenê estará em campo pela 39.ª vez pelo São Paulo. Desde que estreou, em fevereiro, só não participou de dois jogos: CRB (ficou no banco) e Internacional (suspenso). Ficar de fora, definitivamente, não está nos planos do artilheiro do clube tricolor no ano, com 11 gols, empatado com Diego Souza.
“Não digo que é a pior coisa, mas realmente não gosto de ficar de fora, pois dessa maneira não posso ajudar em nada. E me dá nervoso ver os jogos sem poder estar dentro de campo ajudando meus companheiros”, admitiu o jogador ao Estado.
Nos bastidores, diz-se que, durante a negociação para contratá-lo junto ao Vasco, a tal vaidade foi discutida. Atual superintendente de relações institucionais do clube, o ex-zagueiro Lugano avalizou: “Pode trazer, a gente controla”. Argumentou que a fama não tinha relação a extravagâncias extracampo, mas sim, ao fato de Nenê querer jogar sempre por ser competitivo ao extremo. Característica que poderia ser útil e servir de exemplo aos demais.
“A vaidade dele o estimula a treinar mais, ele é absolutamente competitivo. É vaidoso, mas na competição. Quer ser estrela, mas fazendo gol, não só dando entrevista. Quer a bola o tempo todo. É um workaholic, trabalha muito”, relata à reportagem uma pessoa que convive diariamente com o atleta.
SEM DESFALQUES – Algo que não acontecia desde 2014 vai ser possível pela segunda vez consecutiva no São Paulo: o treinador contar com todos os jogadores do elenco para um compromisso. Este é o cenário para o técnico Diego Aguirre diante do duelo desta quarta em Curitiba.
O uruguaio não terá nenhuma baixa por suspensão ou lesão, repetindo o que já ocorrera no confronto com a Chapecoense. Assim, teve de cortar algumas peças por opção técnica, caso do meia Lucas Fernandes, que ficou fora da lista de 23 convocados. Na zaga, Anderson Martins deverá formar dupla com Arboleda.