Com título, Ricardo Oliveira completa a sua volta por cima no futebol

Mesmo antes de o pênalti cobrado por Lucas Lima decretar o fim do Campeonato Paulista, o atacante Ricardo Oliveira já se considerava um vencedor por ter mostrado que ainda pode ser um jogador determinante no futebol brasileiro. Levantar a taça foi a coroação de um trabalho muito bem feito. “Fiquei nove meses sem jogar bola. Todo dia corria 10 quilômetros apara manter o preparo físico e sonhava em voltar”, disse, emocionado, pouco antes da cerimônia de premiação.

Problemas no joelho direito o afastaram do futebol e o fizeram chegar sob desconfiança ao clube. “Ouvi o pedido do meu filho pedindo pela primeira vez para ver um título comigo em campo. Ganhei pelo time do coração dele. A final é um momento de colheita”.

Artilheiro do Estadual com 11 gols e escolhido em votação promovida pela Federação Paulista de Futebol (FPF) como o craque da competição, ele estava escalado para bater o último pênalti. Mas nem precisou aparecer na hora decisiva.

Ricardo Oliveira assinou a renovação de contrato apenas dois dias antes da decisão. Agora o vínculo vai até o fim de 2017. Se isso não tivesse ocorrido, o atacante estaria nesta segunda-feira sem contrato e livre no mercado para ser disputado pelos mesmos rivais de que tanto judiou na competição – Corinthians, Palmeiras e São Paulo levaram gols do veterano de 34 anos.

Quando chegou, deixou de lado o extenso currículo para aceitar uma espécie de “estágio” no Campeonato Paulista. Com salário de R$ 50 mil (muito abaixo dos padrões), Ricardo Oliveira topou a proposta do Santos até por não se considerar na melhor forma física depois de quatro anos no futebol dos Emirados Árabes Unidos. “Voltei após cinco anos esquecido nos Emirados Árabes e honrei essa camisa. Sentir essa emoção, ser artilheiro e campeão… Não poderia ser melhor”.

O próprio Palmeiras chegou a sondá-lo no começo do ano, mas as conversas não evoluíram. Depois, com a demora para a renovação com o Santos, voltaram os rumores de que poderia acertar com o time alviverde. No fim da semana passada fotos circularam pelas redes sociais com imagem de um suposto contrato dele com o clube rival da decisão.

Todo o suspense terminou na sexta-feira à tarde e liberou o jogador para se concentrar na partida que serviria para premiar o seu trabalho. Festejado pela torcida desde o começo da partida, foi decisivo no primeiro tempo.

Em uma típica jogada de atacante, trombou com a defesa palmeirense para ganhar a posse de bola, entrar na área e marcar na saída de Fernando Prass. Força, velocidade e frieza num lance que compensou a longa espera para voltar a jogar. Não há dúvida que agora ele recomeça a carreira. Agora, depois da campanha vitoriosa, está mais confiante do que nunca para prosseguir no Santos.

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