o Coxa deu um baile no Cruzeiro,
em Minas, por 3 a 0.

Reza a lenda que Fênix era uma ave fabulosa, que vivia em permanente renovação e, ao atingir a decadência queimava-se na fogueira e renascia das próprias cinzas. Guardadas as devidas proporções, o Coritiba teve um quê de Fênix na vitória por 3 a 0 sobre o Cruzeiro, ontem à noite, em pleno Mineirão.

Após um empate com gosto de derrota diante do Paraná, na rodada anterior, em um jogo que refletiu toda a irreguladade da equipe no Brasileirão, os coxas-brancas mostraram que não estão mortos.

O mais curioso é que as previsões para o confronto no Mineirão eram as piores. Com a negociação do melhor jogador da equipe – Luís Mário – com o Vitória de Guimarães, e ainda sem poder contar com a experiência do contundido Aristizábal e outros quatro desfalques, o técnico Antônio Lopes teve que “remendar” o time e certamente deixou os torcedores apreensivos.

Além dos atacantes, a equipe entrou em campo desfalcada do lateral-esquerdo Adriano, que serve à seleção brasileira na Copa América, do capitão Reginaldo Nascimento e do meia Luís Carlos Capixaba, principal articulador da equipe.

Mas, quem sentiu falta dos medalhões? O Alviverde decididamente não sentiu. Apesar do jogo marcar a estréia de dois jogadores – o meia Cléber e o atacante Alemão – o time mostrou um entrosamento surpreendente para uma formação nunca experimentada. Com toques de bola rápidos e com a voluntariedade dos estreantes, o Cruzeiro pouco teve a fazer. Só atacou e foi perigoso quando, em alguns momentos, o Verdão recuou na segurança do resultado.

Com tanta segurança, os três gols do Alviverde saíram naturalmente, com a colaboração do goleiro Artur no terceiro, que engoliu um verdadeiro frango no chute de Laércio.

Mais do que construir o belo resultado, que colocou o Coritiba em 15.º lugar na classificação, o domingo foi marcado pela esperança de dias melhores no Alto da Glória. Esperança esta nutrida pelas “caras novas” Cléber e Alemão. O gaúcho Cléber soube equilibrar a marcação e a criação e o carioca Alemão, que veio do Prudentópolis, mostrou grande mobilidade na área e habilidade para deixar a defesa cruzeirense a ver navios. A apresentação do jogador – e também seu tipo físico – deu um ar nostálgico ao ataque coxa-branca, que em 2002 teve o lépido Liédson, curiosamente também revelado pelo Prude.

CAMPEONATO BRASILEIRO
12ª Rodada
Local: Mineirão
Árbitro: Rodrigo Martins Cintra (SP)
Assistentes: Everson Luís Luquesi Soares e Evandro Luís Silveira (SP)
Gol: Ataliba aos 19 minutos do 1º tempo; Tuta aos 7 e Laércio aos 38 minutos do 2º tempo
Cartões amarelos: Sandro, Rafinha, Guilherme e Alemão
Renda: R$ 30.933,00
Público pagante: 2.787

Cruzeiro 0 x 3 Coritiba

Cruzeiro: Artur; Marco Aurélio, Marcelo Batatais, Edu Dracena e Sandro; Augusto Recife, Jardel, Wendell (Tapia) e Jussiê (Dudu); Lima (Kanu) e Guilherme. Técnico: Emerson Leão

Coritiba: Fernando; Rafinha, Miranda, Vágner e Ricardinho; Ataliba, Roberto Brum (Juninho), Cléber (Pepo) e Rodrigo Batata; Tuta e Alemão (Láercio). Técnico: Antônio Lopes

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