Bergisch Gladbach – A primeira temporada na Europa não foi das melhores para Robinho. Parreira o convocou para a seleção, mas estava quase certo de que sua dupla titular até a final da Copa seria Ronaldo e Adriano, mais experientes, mais acostumados a fazer gol.
A primeira fase do mundial foi suficiente para mudar a cabeça do treinador, que agora pensa em escalar o atacante de 22 anos desde o início do jogo de terça-feira, contra Gana, pelas oitavas-de-final.
Robinho está a um passo de se tornar titular da seleção e atuar ao lado de Ronaldo.
E Parreira, apesar de ter adotado a tática do mistério, deve confirmar, nos próximos dias, sua presença no time. Com Adriano e Ronaldo juntos, a equipe perde velocidade e mobilidade na frente. E prejudica consideravelmente o trabalho dos meias, Kaká e Ronaldinho Gaúcho.
Ronaldo se garantiu depois da ótima atuação na vitória sobre o Japão por 4 a 1, anteontem, em Dortmund.
E Adriano, que jogou mal contra Croácia e Austrália, está a caminho do banco.
O técnico brasileiro, aproveitando o fato de o time ter conquistado a classificação antecipadamente, fez alguns testes diante dos japoneses. Um deles foi com Robinho no lugar de Adriano. Aprovou a mudança, gostou do resultado e, de agora em diante, vai apostar no ex-santista.
?O Robinho tem entrado bem no time, fez grande Copa das Confederações (no ano passado, na Alemanha) e vamos usá-lo como acharmos melhor?, limitou-se a dizer Parreira, procurando fugir das perguntas sobre a formação da equipe para o decisivo confronto com Gana.
Embora não seja brilhante nas finalizações, Robinho cresceu e amadureceu bastante, dentro e fora de campo. É o mais jovem da seleção, mas ganhou experiência disputando competições importantes pelo Santos, como o Brasileiro e a Libertadores, e principalmente na última temporada, em que defendeu o Real Madrid.
Na Espanha, começou bem, passou por momentos de turbulência, chegou a ir para a reserva e, no fim do campeonato nacional, voltou a ter bom desempenho.
A imprensa espanhola avaliou como apenas regular o primeiro ano do craque. ?Que jogador sai do Brasil e chega à Europa arrebentando? São pouquíssimos os casos?, observou Parreira, lembrando que Kaká foi uma dessas exceções no Milan.