Por pelo menos uma década, o Brasil teve um dos melhores revezamentos do atletismo, ganhando duas medalhas olímpicas no 4×100 metros masculino. Agora é o feminino que avança a passos largos para subir ao pódio das principais competições. Já garantido nos Jogos do Rio, em 2016, o time vê suas duas principais velocistas viverem a melhor fase de suas carreiras.

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“Primeiro é sempre o individual. Se a gente entra bem no individual, a gente entra no revezamento com outra cabeça. No Pan de 2011, eu ganhei os 100 metros, a Ana (Cláudia Lemos) os 200 metros. Então a gente ia ganhar o revezamento de qualquer jeito. Entrando bem, a gente vai fazer bom resultado”, opinou Rosângela Santos.

Em um hiato de 50 dias, ela inicialmente igualou o melhor resultado da carreira (os 11s17 que a levaram à semifinal olímpica em Londres) e depois superou duas vezes as marcas. Fez 11s12 na semifinal do Troféu Brasil e 11s08 na final, nesta quinta-feira, no Troféu Brasil, em São Bernardo do Campo (SP).

“Eu estou boba ainda com o que eu fiz. Queria correr minha melhor marca, mas não esperava ser tanto. Mas sinto que dá para baixar mais. Minha meta é baixar de 11”, disse Rosângela, que trocou o Rio por Miami, nos Estados Unidos, onde está mais focada no atletismo. Os resultados apareceram, com índice olímpico no revezamento e no individual.

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Ana Cláudia Lemos ganhou a prata nos 100 metros, fez o índice olímpico na semifinal, mas não ficou satisfeita. Sabia que podia mais, principalmente depois de correr a distância em 11s01, há menos de um mês, para bater o recorde sul-americano. “Ela (Rosângela) quer ser melhor que eu, eu quero ser melhor que ela, mas esse 11s08 é bom para mim, para o Brasil, para todo mundo”, comentou Ana Cláudia. “A Fran (Franciela Krasucki) está voltando de um monte de problema. As outras, que estão na casa dos 11s40, vão vir para os 11s20. Temos muito a evoluir”.

Com Vanusa dos Santos (bronze no Troféu Brasil), Ana Cláudia, Franciela e Rosângela, o Brasil foi sexto colocado no Mundial de Revezamentos, no início do mês, claramente abaixo do seu potencial. Para Rosângela, a equipe brasileira não deve nada a ninguém na briga pelo posto de terceira melhor do mundo. “Estados Unidos e Jamaica estão um nível acima, a gente tem isso na cabeça. Mas todas as outras equipes, Canadá, Trinidad & Tobago, Grã-Bretanha, Alemanha está todo mundo no bolo. A gente tem que pensar que vai ter que correr muito. Todas elas não têm individual tão bem, mas a gente melhorando, a Ana melhorando, eu, a Van, a Vanusa, todas melhorando, a gente vai correr abaixo do recorde sul-americano”.

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Com 42s29, o Brasil avançou para a final do Mundial de Atletismo de 2013, em Moscou, com o terceiro melhor tempo. Na decisão, deixou cair o bastão quando brigava pela prata. Se repetir a marca, dificilmente fica sem pelo menos o bronze olímpico.