Madri – Bastou Ronaldo se recuperar da lesão muscular na coxa esquerda e voltar ao time para o Real Madrid se reencontrar com a vitória. Depois de quatro jogos sem ganhar – três no campeonato espanhol e um na Copa do Rei -, o ?dream team” bateu o Monaco por 4 a 2, ontem, no jogo de ida das quartas-de-final da Liga dos Campeões, com um gol do atacante brasileiro.

Na partida de volta, que será disputada dia 6 na França, o Real poderá perder por um gol de diferença para passar às semifinais da competição européia. Beckham levou cartão amarelo aos 46 minutos do segundo tempo e terá de cumprir suspensão. Mas Roberto Carlos está livre para voltar ao time, porque já pagou os dois jogos de gancho que pegou por ter agredido um jogador do Bayern de Munique na partida de ida das oitavas-de-final.

Ronaldo não teve uma atuação brilhante, mas foi determinante para o resultado. Ele sofreu o pênalti que resultou no terceiro gol e marcou o quarto, com um chute cruzado de pé esquerdo. Foi o seu quarto na competição e o 29.º na temporada.

O público que lotou o Santiago Bernabeu sofreu bastante antes de o time espanhol acordar. No primeiro tempo, o Monaco equilibrou o jogo, criou boas chances e saiu em vantagem com um gol de Squilacci aos 43 minutos. A melhor chance para o Real foi num lance em que Ronaldo errou uma cabeçada fácil, a três metros do gol.

Na segunda etapa, o time espanhol espantou a zebra. Logo aos seis minutos, chegou ao empate com um gol de cabeça do zagueiro Helguera. O segundo, marcado por Zidane aos 25, teve uma ajudinha do juiz – o francês marcou no rebote de um chute de Figo, mas estava impedido no momento do tiro do português.

Ronaldo foi decisivo nos dois gols seguintes. No terceiro, entrou na área pedalando e foi derrubado. Figo cobrou o pênalti, o goleiro Roma rebateu e o português marcou de cabeça. O atacante brasileiro fez o quarto, aos 36 minutos, e foi imediatamente substituído pelo argentino Solari. Dois minutos depois, Morientes marcou de cabeça para o Monaco. Como seu passe ainda pertence ao Real, ele não comemorou o gol. E ainda foi aplaudido pelos torcedores espanhóis.

Na outra partida desta quarta-feira, Chelsea e Arsenal empataram por 1 a 1 em Londres. Como jogou fora de casa, o Arsenal se classificará com um empate sem gols na segunda partida. Os gols foram de Gudjohnsen para o Chelsea e Pires para os visitantes.

Parreira fica aliviado

Rio de Janeiro – A boa atuação de Ronaldo na vitória do Real Madrid sobre o Mônaco por 4 a 2, ontem, pela Liga dos Campeões, serviu como alívio para o técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira. Ele se livrou de uma dúvida que lhe atormentava havia duas semanas e já decidiu repetir contra o Paraguai, dia 31, o ataque que atuou no último jogo, num amistoso com a Irlanda: Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo.

“A qualidade individual desses atletas é inquestionável. Temos três trunfos maravilhosos para enfrentar o Paraguai.” Parreira assistiu à partida do Real Madrid da sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Não escondeu uma certa apreensão pelo desempenho de Ronaldo, afastado do clube por causa de uma lesão muscular desde o início de março. O atacante voltava a atuar ontem e correspondeu à expectativa. Fez um gol e participou diretamente de outro, num lance em que sofreu pênalti e que resultou em gol assinalado por Figo.

“O craque faz a diferença. Ele e Zidane decidiram o jogo. E ainda tem gente no Brasil que duvida da capacidade do Ronaldo.” Para o técnico, Ronaldo ainda vai ter a possibilidade de render mais na partida de domingo, entre Real Madrid e Sevilla, pelo campeonato espanhol. “Ele provou que está recuperado clinicamente e no aspecto físico. Deu arrancada quando faltavam dez minutos para o fim do jogo.”

Apesar da alegria pela excelente fase dos três atacantes do Brasil na Europa, Parreira disse que o rendimento deles no clube não será necessariamente o mesmo na seleção. Lembrou do fuso horário, da longa e desgastante viagem da maioria dos convocados até Assunção, local da partida com o Paraguai, e da falta de treinos para o compromisso válido pelas eliminatórias do Mundial de 2006.

“O que eles vêm fazendo em seus clubes é fruto de uma seqüência de trabalho. É uma realidade diferente.” Sobre as últimas atuações de Kaká, no Milan, e Ronaldinho Gaúcho, no Barcelona, Parreira afirmou que os dois estão em ascensão e que podem chegar a um ponto ainda mais elevado. “Não me surpreende o ótimo futebol que os dois têm exibido. São jogadores que desequilibram.” O treinador vibrou intensamente com o show de Kaká, na terça-feira, quando o Milan derrotou o La Coruña por 4 a 1, com dois gols do brasileiro. Ele também assistiu à partida pela TV, de sua sala, na CBF.

“O Kaká está amadurecido e participa de todo o jogo. Enche os olhos vê-lo em campo.” A seleção brasileira se apresenta segunda-feira no Rio, de onde viaja cedo para Assunção.

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