Os toques de primeira e a ótima movimentação de Kardec, Pato, Boschilia e do estreante Adrián Centurión demoliram a defesa do Bragantino com um folgado 5 a 0, em Bragança Paulista. Nem parecia que era o primeiro jogo que faziam juntos. Descontada a fragilidade da defesa do rival, que soma quatro jogos sem vitória, o São Paulo ganhou músculos – e mais opções – para o clássico contra o Corinthians, quarta-feira. No Campeonato Paulista, tem a melhor campanha geral com 13 pontos (quatro vitórias e um empate).
O técnico Muricy Ramalho levou a sério a ideia de transformar a partida em um laboratório para o jogo da Libertadores. Adotou um esquema com três zagueiros, escalou Thiago Mendes como ala, Maicon e Boschilia na armação e Centurión pela direita.
Embora o time tenha ficado meio perdido no início, algumas experiências se tornaram opções viáveis. Na defesa, o também estreante Dória mostrou segurança para ser parceiro de Toloi e, na frente, Kardec tem boas chances de jogar ao lado de Luis Fabiano. Maicon e Boschilia entraram no páreo.
Se não fosse a suspensão que o impede de atuar nos primeiros dois jogos na Libertadores, Adrián Centurión também seria mais uma carta no baralho. O argentino estreou muito bem. Fez um gol de cabeça, aos 46 da etapa final e, antes disso, foi atrevido ao tentar um gol de letra e ainda participou dos dois primeiros tentos do São Paulo.
Aos 10, deu assistência para Boschillia marcar quase sem goleiro. O destaque do lance foi o lindo passe de Maicon, no início da jogada. Aos 28, após boa troca de passes, Kardec chutou firme, aproveitando o vacilo da zaga do Bragantino. Sete minutos depois, foi a vez de Pato finalizar um enredo parecido com o anterior e se isolar na artilharia do torneio com quatro gols. Eram 35 da etapa inicial, e o jogo já estava definido.
Em todos os lances, destaque para a troca de passes envolvente e rápida, triangulações que não davam tempo para os zagueiro chegarem. Maicon, o melhor da partida, começava praticamente todos os lances.
A atuação do São Paulo era tão tranquila que o técnico Muricy Ramalho foi flagrado pelas câmeras de tevê dando autógrafos ao longo da etapa inicial.
O técnico Marco Aurélio não conseguiu corrigir os sérios problemas defensivos do Bragantino, como os espaços dados aos rivais, o olho só na bola e não o atacante. Isso ficou claro no quarto gol marcado aos 26 segundos da etapa final, quando Pato tocou para Boschilia.
O time, no entanto, diminuiu o ritmo. Passou a tocar a bola ainda mais lentamente depois que Caio foi expulso depois do segundo cartão amarelo. A única boa chance no decorrer do jogo foi uma cabeçada de Lucão na trave, aos 30. No último lance do jogo, Centurión confirmou que pode reivindicar um lugar entre os titulares ao completar a jogada de Cafu e fechar a goleada de 5 a 0.
FICHA TÉCNICA
BRAGANTINO 0 X 5 SÃO PAULO
BRAGANTINO – Lauro; Diego Macedo, Wellington, Renato Santos e Esquerdinha; Fernando, Anderson Uchôa, Muralha e Caio; Erick (Gabriel) e Diego Maurício. Técnico: Marco Aurélio.
SÃO PAULO – Denis; Lucão, Edson Silva e Dória; Thiago Mendes, Hudson (Souza), Maicon, Boschilia e Centurión; Pato (Cafu) e Kardec (Ademilson). Técnico: Muricy Ramalho.
Gols: Boschilia, aos 10, Kardec, aos 28, e Pato, aos 35 minutos do primeiro tempo; Boschilia, aos 26 segundos, e Centurión, aos 46 minutos do segundo.
ÁRBITRO – Thiago Duarte Peixoto.
CARTÕES AMARELOS – Hudson, Caio, Diego Macedo.
CARTÃO VERMELHO – Caio.
PÚBLICO E RENDA – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista.