O ditado popular diz que é na dor que a família se une. Na fase que Paraná vive isso quase se tornou lema, frase na fachada de Vila Capanema, cartolina no vestiário. Ver o sofrimento de cada companheiro com um boleto em mãos, ameaça de corte de luz ou água fez com que a união do grupo se tornasse a grande arma, a principal qualidade do Tricolor. A aproximação aconteceu ao natural, mas o animador, o cara que puxa a turma para cima tem nome: Claudinei Oliveira.
O treinador brinca com todo mundo. É um bom anfitrião (recebe bem a todos da imprensa e também aos torcedores), tira sarro dos companheiros de trabalho, mas respeita a todos na mesma proporção. E ainda por cima dá bons treinos, é respeitado e tem o carinho dos torcedores. Hoje é muito mais fácil a torcida pedir a saída de toda a diretoria do que do treinador. “Acho que a alegria tem que estar presente em tudo né?”, disse à Tribuna 98.
Ontem esse clima ficou evidente na sala de imprensa da Vila Capanema. Durante a entrevista coletiva do treinador, o som vindo dos vestiários preencheu todos os departamentos do estádio. “Os jogadores gostam de música e não estavam tocando não sei porque. A alegria tem que estar presente”, disse o treinador, ao som do Grupo Revelação.
“Eu acho que eles estão formando um grupo que no sofrimento, quando as coisas são sofridas, as pessoas estão se agrupando. O segredo é esse”, afirmou.
Mudança de foco
Em quatro jogos foram três vitórias (todas em casa). As vitórias, os salários sendo pagos e a consolidação tática do time deram um novo norte para o time. Antes da Copa do Mundo Claudinei Oliveira discursou que a meta do Paraná era fugir do rebaixamento. Para o torcedor, o foco mudou. Para o treinador, continua da mesma forma. “Não adianta falar para o jogador, o torcedor e até vocês da imprensa que vamos brigar pelo acesso se estávamos na zona do rebaixamento”, disse.
O treinador acreditava que o time precisava encaixar uma sequência de vitórias, para pensar em novas metas. “Por enquanto o cenário é o mesmo. Vencemos dois jogos, estamos a três pontos do rebaixamento, e olhando para cima, nove do G4. Então continuamos na mesma realidade. Para mim não mudou nada”, completou. O treinador acredita que o time precisa continuar em evolução, jogando um bom futebol que os resultados virão ao natural.