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Com pouco futebol na agenda, estádio de Wembley busca público no boxe

Não é privilégio do Brasil ter estádios caros e sem função após a organização de grandes eventos esportivos. Depois da Olimpíada de 2012, o tradicional Wembley, em Londres, viu o futebol reduzir bastante seu interesse pelo local. Shows, partidas de rúgbi e da NFL movimentaram a arena. Isso forçou os responsáveis pelo espaço a buscar alternativas.

Mesmo porque as apresentações da seleção inglesa no estádio são esporádicas. E, dos sete times londrinos que disputam a Premier League, apenas o Tottenham tem feito seus jogos em Wembley, forçado pela construção de sua nova arena, a ser inaugurada em setembro. É pouco para o templo londrino.

Preocupado em não deixar que um dos símbolos do futebol se torne um “elefante branco”, Sadiq Khan, prefeito da capital inglesa, encontrou boa alternativa para minimizar o prejuízo. Assinou um contrato de duas lutas com o empresário Eddie Hearn para que o peso pesado Anthony Joshua, campeão mundial pela Associação Mundial, Federação Internacional e Organização Mundial de Boxe faça dois combates em Wembley: um em 29 de setembro e outro em 13 de abril de 2019.

“Tenho certeza de que vamos repetir o mesmo sucesso do ano passado, quando 90 mil pessoas compareceram ao evento”, disse Khan, se referindo ao combate entre Joshua e o ucraniano Wladimir Klitschko. “A intenção é ter mais lutas, pois o público inglês é fanático por boxe e acompanha seus ídolos.”

Em setembro, o adversário de Joshua será o russo Alexander Povetkin. “Não tenho dúvida de que todos os ingressos serão vendidos mais uma vez. Luta de Joshua é garantia de sold out (todos os ingressos negociados)”, afirmou o empresário Eddie Hearn.

Para o evento de abril do próximo ano, Hearn solicitou que 100 mil ingressos sejam colocados à venda caso Joshua tenha pela frente o norte-americano Deontay Wilder, dono do cinturão do Conselho Mundial de Boxe. Trata-se de um dos duelos mais aguardados do boxe atual. O pedido já foi aprovado.

Isso se deve à ótima fase por que passa a principal categoria do boxe no Reino Unido. Além de Joshua, o polêmico e carismático Tyson Fury, além dos explosivos Dillian White e Dereck Chisora somam vitórias e acumulam credibilidade entre os fãs, patrocinadores e canais de televisão.

Com isso, a bolsa de Joshua, por exemplo, nunca é inferior a 20 milhões de libras (cerca de R$ 100 milhões). Este valor é obtido, pois suas lutas proporcionam recordes de audiência, com 1,5 milhão de assinaturas no pay-per-view, somente na Grã-Bretanha. Em um provável combate com Wilder no futuro, Joshua poderá ficar com um prêmio de até 100 milhões de libras.

Outro ponto de destaque, que garante grande publicidade das lutas dos pesados britânicos, é a popularidade deles nas redes sociais. Todos postam quase que diariamente seus treinamentos e fotos, além de momentos de sua vida particular. Isso proporciona aos atletas contratos polpudos com importantes marcas de publicidade. Boxeadores no Reino Unido são tratados como celebridades e participam de eventos da alta sociedade.

Com isso, Joshua levou em suas últimas três lutas – uma em Wembley e outras duas em estádio em Cardiff, País de Gales – mais de 240 mil espectadores. Os bilhetes mais baratos custam 40 libras, proporcionado acesso a todos os níveis da sociedade. “Com Joshua, o boxe volta às origens com a realização de combates para multidões”, disse Hearn.

Apesar dos bilhetes populares, os mais caros também estarão presentes em Wembley. Os lugares mais próximos do ringue chegam a 2 mil libras. “A diferença do boxe britânico é que sempre buscamos colocar frente a frente os melhores”, enfatiza Eddie Hearn.

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