O Brasil não conseguiu repetir, em Gwangju (Coreia do Sul), o desempenho na Universíada de 2013, realizada em Kazan (Rússia). A competição universitária chegou ao fim nesta terça-feira com apenas oito medalhas conquistadas pelos brasileiros, sendo duas de ouro, duas de prata e quatro de bronze.
No quadro geral de medalhas, o Brasil foi apenas o 23.º colocado, uma piora na comparação com o 17.º lugar da Universíada de 2013, quando teve 11 medalhas, sendo quatro de ouro. Há quatro anos, em Shenzhen (China), também foi 23.º, mas com quatro de ouro e 18 no total.
A queda de desempenho pode, só em parte, ser explicado pela coincidência de datas com os Jogos Pan-Americanos. Mas também houve queda nos investimentos atrelados à Confederação Brasileira de Desportos Universitários (CBDU). Caiu, assim, o número de atletas “universitários” que não frequentavam universidades.
Em Gwangju, o grande nome do Brasil foi Henrique Martins. Atleta do Minas Tênis Clube, ele ganhou os 100m livre e os 50m borboleta (com terceiro melhor tempo do mundo no ano). Nos 50m livre, liderou toda a prova, mas perdeu na batida de mão. De qualquer forma, deixou a Universíada como terceiro brasileiro mais rápido do ano.
No judô vieram outras quatro medalhas: Gabriela Chibana (prata na categoria até 48kg), Phelipe Pelim (bronze na até 60kg), Gustavo Assis (bronze na até 90kg) e bronze para a equipe feminina. Os três, assim como outras atletas da equipe, fazem parte da seleção brasileira, ainda que como reservas.
A outra medalha do Brasil saiu no tae kwon do: bronze de Maicon Andrade, candidato à vaga olímpica na categoria até 80kg. A ginástica artística também enviou à Universíada uma equipe competitiva, formada pelos atletas da seleção principal que não foram convocados para o Pan. Mas eles viajaram do Brasil à Coreia com um dia de antecedência, apenas, e competiram ainda “virados” pelo fuso horário.
A liderança geral do quadro geral de medalhas ficou com a Coreia do Sul, que ganhou 108 medalhas, sendo 47 de ouro. A Rússia teve mais medalhas (122), mas apenas 34 foram de ouro. China, Japão e EUA completaram o quadro. Também em 2011 e 2013 os donos da casa ficaram com o título geral. Há dois anos, os russos atingiram 292 medalhas, sendo 156 de ouro.
O Brasil deveria receber a edição de 2019, em Brasília, mas o governo do Distrito Federal que assumiu no início do ano optou por não realizar a competição. O ministério do esporte até encontrou outras cidades interessadas, mas o governo federal teria que pagar a conta e o projeto não vingou. Assim, o Brasil perdeu os direitos sobre o evento, que custaria R$ 1 bilhão, pelo menos.