Análise tática

Com o mesmo tempo de treino, Wagner Lopes encaixa o Paraná e Carpegiani se bate nos mesmos erros

Os técnicos Paulo César Carpegiani e Wagner Lopes - estilos bem diferentes. Fotos: Daniel Castellano e Jonathan Campos

O futebol paranaense vem se acostumando a ver clássicos dos opostos. Vem virando tradição: enquanto um time está bem, o outro está tentando se recuperar. E neste domingo (4), às 20h, quando Coritiba e Paraná se enfrentam no Couto Pereira, não será diferente. No entanto, a surpresa se dá no momento de cada time.

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Quando os clubes se apresentaram para a pré-temporada, o Coxa era visto como um dos candidatos ao título, uma vez que manteve boa parte da base de 2016, além do técnico Paulo César Carpegiani, enquanto o Tricolor passou por uma reformulação drástica, contratando nada menos do que 19 jogadores e também ter mudado sua comissão técnica, com a chegada de Wagner Lopes. Porém, bastaram apenas dez dias para tudo isso mudar.

100% em três jogos, o Paraná vai mostrando que as apostas deram certos. Com um time homogêneo, mesmo trocando as peças, o treinador mantém um perfil ofensivo e que tenta dominar as partidas. Não à toa, soma três vitórias, marcou três gols e não sofreu nenhum. Já o Alviverde pouco rodou seu time titular, mas vem encontrando dificuldades. Foram dois jogos no interior, com apenas um empate e nenhum gol marcado.

É preciso levar em consideração que enquanto um fez todos os jogos em casa, o outro só atuou no mando dos adversários. Mesmo assim, com o mesmo tempo de treinamento – o Paraná se apresentou apenas um dia antes, mas já fez uma partida a mais no ano -, os dois técnicos aproveitaram de maneiras diferentes este período.

Carpegiani já conhecia a maior parte do elenco que tinha em mãos. Tanto que manteve o 4-2-1-3 como formação tática e o esqueleto de 2016, com virtudes e defeitos. Mesmo com três atacantes, a ofensividade é limitada, uma vez que o setor de criação vem sendo o grande problema do time. A defesa, por sua vez, segue sendo o ponto forte coxa-branca.

Por sua vez, o Paraná teve que começar do zero. Alguns nomes que chegaram eram conhecidos de Wagner Lopes, enquanto outros foram apresentados ao longo da pré-temporada. Porém, o comandante paranista rapidamente acertou um esquema tático, apostando no 4-2-3-1, variando para o 4-4-2, atacando pelos lados do campo. Com um primeiro volante ajudando na marcação, os laterais acabam tendo mais liberdade para avançar e com a bola o Tricolor se torna um time agressivo.

Nesse duelo tático, de melhor ataque contra uma defesa sólida, o ponto forte do clássico será como a defesa paranista, que vem se saindo bem, vai se portar contra um setor ofensivo que diante da sua torcida será cobrado e precisa mostrar que pode melhorar.

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