Em Natal

Com o estilo de Tite, seleção enfrenta a Bolívia pelas Eliminatórias

Tite orienta os jogadores no treino de quarta-feira (6) em Natal. Foto: Pedro Martins/MoWa Press
Tite orienta os jogadores no treino de quarta-feira (6) em Natal. Foto: Pedro Martins/MoWa Press

A cena foi captada pelas câmeras da TV Globo e foi o assunto de ontem. No treino da terça-feira, Tite olhou para William e Phillipe Coutinho juntos, elogiou-os em voz alta (“Estou falando alto para todo mundo ouvir”, chegou a dizer) e falou que a competitividade e a lealdade dos dois é um exemplo para a seleção brasileira. É este o estilo Adenor Bachi de ser, que chega a gerar uma euforia coletiva com nossa seleção, como se tudo estivesse resolvido. Como ele sabe que não, segue trabalhando sério, e exigiu responsabilidade do time na partida desta quinta (6), às 21h45, contra a Bolívia, em Natal, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Na cabeça do técnico, responsabilidade rima com combatividade e com solidariedade. É a famosa “titebilidade” que a imprensa paulista tanto falava. Dentro de campo, ele quer uma equipe que marque muito e que seja compacta, que saiba sair em velocidade e controlar o jogo. Um time que protagonize a partida, e que permita que os talentos superiores de Neymar e Gabriel Jesus brilhem. Ao mesmo tempo, ele reagrupou a seleção, formou duas listas de convocados com várias distinções, mas sem maiores contestações externas e com tranquilidade interna.

Claro que a comparação o ajuda e muito. No tempo de Dunga, a cobrança era grande, as convocações eram estranhas, a relação externa e interna era desgastada e os resultados vinham nos amistosos, mas quando era pra valer o time falhava. Tite abraçou o cargo de treinador da seleção brasileira num rabo de foguete, precisando de resultados, resposta técnica, reorganização tática e ambiente positivo. Conseguiu em duas vitórias contra Equador e Colômbia, e levou alguns mais animados a achar que a crise do futebol brasileiro acabou.

Não acabou, e é preciso seguir somando pontos para garantir a vaga na Copa do Mundo de 2018. Por isso a escolha de um time agressivo para a partida. Sem Casemiro, lesionado, entra Fernandinho, que se tiver o apoio do sistema de jogo (como tem com Guardiola no Manchester City) será o jogador que conhecemos no Atlético, e não aquele brucutu da Copa de 2014. Sem Paulinho, suspenso, entra Giuliano, que desde o Paraná Clube sabe que um meio-campista precisa ter fôlego para correr e marcar, mas talento para jogar.

E naquela situação relatada acima, Phillipe Coutinho entra na posição de William. O jogador do Liverpool é mais talentoso, jogou muito nas últimas partidas da seleção, e tem tudo para entrar e não sair mais. Se der certo com ele, Neymar e Gabriel Jesus, vai ser difícil segurar o Brasil. E vai ser duro segurar a empolgação.

Ficha técnica

ELIMINATÓRIAS
1º Turno – 9ª Rodada

BRASIL x BOLÍVIA

Brasil
Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Filipe Luís; Fernandinho, Giuliano, Renato Augusto e Phillipe Coutinho; Neymar e Gabriel Jesus.
Técnico: Tite

Bolívia
Lampe; Rodríguez, Raldes, Zenteno e Bejarano; Flores, Machado e Smedberg-Dalence; Arce, Duk e Marcelo Moreno.
Técnico: Ángel Guillermo Hoyos

Local: Arena das Dunas (Natal-RN)
Horário: 21h45
Árbitro: Wilson Lamouroux (COL)
Assistentes: Alexander Guzmán (COL) e Eduardo Díaz (COL)

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