Quem for ao estádio do Pacaembu a partir deste sábado verá uma grama mais verde e renovada. A Prefeitura de São Paulo está na fase final do plantio de sementes para que o terreno tenha maior resistência às mudanças climáticas da capital paulista nos próximos meses.

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A Prefeitura gasta R$ 560 mil por ano com o gramado do Pacaembu. O processo de reforma teve início no dia 23 de abril e se encerra neste sábado. No Brasil, normalmente é utilizada a grama de clima quente, que diminui o crescimento nos meses de frio. A semeadura – aplicação de sementes – é realizada para suprir essa deficiência e não deixar o gramado “ralo”, fazendo crescer uma grama mais forte.

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Os dois tipos de gramado crescerão juntos. Com o tempo, a grama de inverno morre naturalmente e volta a florescer a de clima quente. Com isso, o estádio fica o ano inteiro com o campo em boas condições.

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De acordo com Fábio Camara, engenheiro agrônomo e sócio-diretor da World Sports, empresa que administra diversos gramados de arenas pelo Brasil, a mudança fará com que o jogo fique mais veloz. “Essa grama é mais úmida e, por causa disso, a bola desliza mais rápido”, disse o especialista. É algo parecido com o que ocorre na Arena Corinthians. A diferença é que na casa corintiana só existe gramado de inverno. Com isso, a bola fica ainda mais rápida.

Os dois próximos eventos de peso no Pacaembu serão uma partida amistosa de rúgbi entre Brasil e Colômbia, no próximo dia 19, e o confronto entre Santos e Cruzeiro, no dia 27, válido pelo Campeonato Brasileiro.

Algo que dificulta o trabalho dos responsáveis pelo gramado do estádio municipal é o excesso de pombas no local. Existem muitas aves que buscam restos de comida nas feiras livres que acontecem em frente ao estádio, quatro dias por semana. Além disso, elas gostam de se alimentar das próprias sementes jogadas no campo.

PRIVATIZAÇÃO – O edital de licitação para a concessão do Pacaembu será lançado ainda neste mês. Em abril, houve uma audiência pública no Museu do Futebol e o próximo passo será a constituição da Comissão Especial de Licitação, que visa receber, examinar e julgar as propostas apresentadas pelos licitantes. O projeto do consórcio Novo Pacaembu, empresa do dirigente e ex-jogador do São Paulo Raí, foi o único aprovado pelos órgãos de proteção ao patrimônio da cidade para a concessão do estádio.

A proposta propõe a demolição do tobogã para a construção de dois prédios com restaurantes, escritórios e hotel. O projeto vai servir de base para a prefeitura abrir a licitação de concessão do estádio municipal por até 35 anos. Qualquer empresa poderá participar da licitação. Quem ganhar a disputa terá de reembolsar a empresa de Raí pelas ideias que deverão ser utilizadas no local.

“Por ser um estádio antigo, ele precisava de revitalização. O Pacaembu não tem o conforto das grandes arenas e não atende 100% da acessibilidade. Essa modernização fará o estádio disputar com as melhores arenas do Estado”, projetou Jorge Damião, Secretário Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo.