Além de garantir o primeiro lugar do Grupo 2 da Copa Libertadores, o Santos espera que a goleada por 4 a 0 sobre o Sporting Cristal, na última terça-feira, tenha marcado início da recuperação de Ricardo Oliveira, principal destaque do triunfo, mas que vinha tendo uma temporada decepcionante até então.
Antes de entrar em campo na noite de terça, Ricardo Oliveira havia marcado apenas três gols em 13 partidas disputadas pelo Santos em 2017, um rendimento bem abaixo do apresentado em 2015 e 2016, quando foi o artilheiro da equipe, sendo decisivo para a conquista de títulos estaduais nos dois anos, além do vice-campeonato brasileiro na última temporada.
O desempenho fraco, inclusive, levou Ricardo Oliveira a ter a sua titularidade questionada, algo impensável nas temporadas anteriores. O técnico Dorival Júnior, inclusive, o deixou fora do duelo com o The Strongest, fora de casa, sob a justificativa de dar mais mobilidade ao ataque e congestionar o meio-de-campo no confronto realizado na altitude de La Paz.
Na última terça, porém, Ricardo Oliveira resgatou as suas boas atuações. Cobrou a falta que resultou no gol de David Braz, que abriu o caminho da goleada, e depois fez o segundo gol do time, em lance de oportunismo, aproveitando saída errada do goleiro Viana.
Mais do que isso: exibiu grande esforço, correndo o tempo todo, em um estilo diferente ao do centroavante clássico, sendo a principal peça de um setor ofensivo que não contava com Bruno Henrique e Lucas Lima, os destaques do time nesta temporada, realizando algumas das funções de ambos.
Após o jogo, Dorival, em sua entrevista coletiva, apontou uma certa mudança no estilo de jogo de Ricardo Oliveira, que vem saindo mais da área para ajudar na criação das jogadas, nesta temporada e exibiu confiança de que o atacante vai melhorar o seu rendimento na sequência das competições.
“O Ricardo não perdeu a sua característica principal, mas está criando outros caminhos e criando com essa mobilidade ótimas oportunidades de penetração para os jogadores que vem de trás e, inclusive, para ele mesmo que girando tem realizado uma condição de surpresa pela movimentação que possui e pela velocidade com que chega a área adversária. Ele voltou a fazer uma grande apresentação, aos poucos vem readquirindo a melhor condição que sempre teve e isso tem sido importante”, disse.
Além da boa atuação, Ricardo Oliveira ampliou os seus números com a camisa do Santos na última terça-feira ao chegar aos 12 gols marcados na Libertadores pelo clube. Com isso, se isolou de Coutinho, que marcou 11 vezes, e só está atrás de Pelé, com 16, e de Neymar e Robinho, ambos com 14.
“Eu já fico satisfeito com o resultado, por poder marcar gols, trabalhando com dedicação. Mas me sinto orgulhoso. Coutinho é um ícone da história do Santos, poder ultrapassar ele é algo para poder se orgulhar. Além disso, estou muito feliz pela vitória. Conseguimos o objetivo do nosso grupo com uma boa apresentação. O time se entregou, se dedicou muito. Agora temos que dar continuidade ao trabalho”, comentou Ricardo Oliveira, ao site oficial do Santos.
No geral, Ricardo Oliveira já soma 84 gols em 148 jogos pelo Santos. E o atacante sabe que atuações como a da última terça-feira serão o melhor argumento nas negociações com a diretoria por um novo contrato – o atual vínculo se encerra em dezembro.
“Nós dependemos de um grupo pra que o resultado aconteça. E dentro desse grupo, com muita qualidade, um ou outro vai se destacar. O mais importante é a força do nosso elenco”, afirmou o veterano centroavante, de 37 anos.