A volta de Neymar vai marcar a convocação, nesta quinta-feira, da seleção brasileira para as partidas contra Argentina e Peru, em novembro, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Mas a lista não deverá ter grandes novidades. A maior, talvez, ocorra no gol. Como Jefferson está queimado com o técnico Dunga, não será surpresa se ficar fora do grupo. Nos corredores da CBF fala-se até no resgate de Julio Cesar.
O craque da equipe retorna após ter cumprido quatro partidas de suspensão pela expulsão depois do jogo contra a Colômbia, na Copa América. Dunga já deixou claro não pretender fazer alterações radicais no grupo, pois isso traria ainda mais prejuízo para o entrosamento de uma seleção que tem pouco tempo para treinar, além de minar a confiança dos jogadores. Essa disposição deve nortear a lista que divulgará às 11 horas na sede da CBF, no Rio.
Além disso, como o próximo jogo será contra o principal adversário do continente sul-americano, o treinador não está disposto a abrir mão de ter jogadores experientes no grupo. Sabe que a partida de 12 de novembro, no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, pode se transformar em uma batalha, com bastante catimba, e o controle emocional será fundamental.
“Brasil e Argentina é um campeonato à parte. Vai ser difícil como sempre foi e temos de preparar da melhor maneira possível”, disse Dunga, após os 3 a 1 sobre a Venezuela, na semana passada, em Fortaleza. “Brasil e Argentina é diferente. Quando a gente ganha é normal. Quando perde, cai o mundo”.
É neste contexto que Julio Cesar pode ser lembrado. O experiente goleiro de 36 anos está em grande fase no Benfica e disse recentemente que teria “prazer” em voltar à seleção. Dunga o conhece bem, pois foi seu titular na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
Além disso, Marcelo Grohe ainda está em recuperação da contusão no ombro direito que sofreu treinando antes do jogo de estreia nas Eliminatórias contra o Chile. Grohe deve voltar ao Grêmio neste domingo contra o Vasco, no Rio. Alisson, do Internacional, que estreou contra a Venezuela, ainda é “verde”. Outros goleiros também estão sob observação de Dunga e do preparador de goleiros Taffarel. Um deles é Victor, do Atlético Mineiro.
Outro dilema de Dunga está na zaga. David Luiz não está totalmente recuperado da contusão no joelho esquerdo sofrida na derrota por 2 a 0 para o Chile – não tem jogado pelo Paris Saint-Germain – e o técnico teme convocá-lo sem suas melhores condições. Isso não significa necessariamente que Thiago Silva voltará a ter chance, pois Dunga ainda não engoliu a sua falha contra o Paraguai na Copa América.
Danilo, do Real Madrid, tem boas chances de retornar à lateral direita, mas Daniel Alves deve ser mantido. Já a volta de Phillipe Coutinho, cortado dos primeiros jogos eliminatórios por contusão, pode ser adiada. Dunga gostou de Lucas Lima e não dá indícios de que vá queimar Oscar sem dar-lhe ao menos mais uma chance.
Roberto Firmino também não está garantido. Neymar volta e, além disso, Ricardo Oliveira agradou nos jogos contra Chile e Venezuela.