No fim da tarde de ontem, Aurélio Almeida, dono do Real Brasil, anunciou seu afastamento temporário do clube. Recentemente, o cartola comprou ações do Puebla, do México. A alegação é que o dirigente teria problemas a resolver nas terras mexicanas e não conseguiria conciliar os negócios que mantém com os dois clubes. No seu lugar entra João Ituarte, 41 anos, que ficará responsável por ser o gestor do Real, comandando a parte administrativa e de futebol do clube. Ele assume a sua nova função 2.ª feira e, inicialmente, permanece até o término do Estadual de 2008, com a possibilidade de permanência no comando do clube.
O novo ?chefe? do Real Brasil está empolgado. ?Conheço o Aurélio há oito anos e já vínhamos conversando sobre essa parceria. Ele cedeu os direitos para a minha empresa, Jippe Sports. Vou ter total autoridade para gerir o futebol do clube. O custo será a manutenção disso. Vou gastar cerca de R$ 500 mil nesta empreitada.?
João Ituarte é carioca, mas tem uma ligação com Curitiba, cidade onde residiu por 30 anos. Fez história dentro do futebol paranaense no Prudentópolis, permanecendo à frente da equipe por cinco anos. Inclusive tendo ajudado a projetar bons jogadores para o futebol brasileiro. Casos de Liédson, ex-Coritiba, hoje jogando pelo Sporting, de Portugal, e Messias, que já rodou por alguns clubes.
Só que após o caso
?Bruxo? (2005), envolvendo escândalos de arbitragem, o empresário prometeu que nunca mais atuaria dentro do Paraná. ?A não ser que ?pessoas? ligadas à Federação Paranaense de Futebol (FPF) se desligassem da entidade, argumentava ele ao anunciar a sua saída do futebol. Recentemente, o presidente da FPF, Onaireves Moura, depois de 22 anos no comando, foi destituído do cargo. Moura e mais oito dirigentes foram acusados de lavagem de dinheiro e formação da quadrilha, dentre outras irregularidades. Desde então, os, agora, ex-dirigentes cumprem pena no Centro de Triagem, em Piraquara.
Coincidência ou não, após o episódio, João Ituarte reapareceu no cenário paranaense e aposta na chance de dirigir o Real Brasil. ?Sempre revelei bons jogadores e agora não será diferente. É bom deixar claro que o Aurélio ainda é quem manda no Real Brasil, mas ele me deu toda a liberdade para comandar na sua ausência. Como todo empresário, o objetivo é lucrar com isso. Se vendermos alguns jogadores durante a minha gestão, a maior parte da transação vai para minha empresa?, afirmou.
