Porém, a volta do Atlético à Baixada não foi vista com bons olhos pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) e por seu presidente, Onaireves Moura, que queria que o Furacão continuasse mandando seus jogos no frio e distante Pinheirão. Mesmo assim, apesar de muitas discussões e acusações feitas na época, o presidente Farinhaque bateu no peito e uniu forças para fazer da Baixada novamente a casa do torcedor atleticano.
Em quase dois anos de obras, novas sociais foram construídas, assim como o tobogã em frente do pinheiro localizado na curva dos fundos. Reformado, ampliado – passou a ter capacidade para 20 mil pessoas – e ainda mais aconchegante, a Baixada voltou a receber o torcedor atleticano no dia 22 de maio de 1994, em um amistoso diante do Flamengo. A capacidade do estádio atleticano passou de quatorze para vinte mil torcedores e, dentro de casa, o Atlético passou a ser cada vez mais temido pelos adversários. A vitória por 1×0 sobre o time carioca, com gol marcado por Ricardo Blumenau aos 42 do segundo tempo, ficou em segundo plano diante da euforia da volta do torcedor a sua verdade e legítima casa.
No ano seguinte, uma goleada sofrida para o Coritiba por 5×1, no domingo de Páscoa, dentro do Couto Pereira, iniciou uma grande revolução dentro do Atlético, comandada pelo presidente Mário Celso Petraglia, que desde outras oportunidades já mostrava ser um sujeito de fibra e que levava consigo a ousadia de fazer do Furacão um dos grandes clubes do Brasil. Petraglia, então, buscou recuperar as finanças do clube e, com ações de marketing, trouxe de volta a auto-estima do torcedor rubro-negro.
Em dezembro do mesmo, o clube já colhia os louros da atitude do seu mandatário maior. O Rubro-Negro, praticamente perfeito atuando na Baixada e contando com eficiência do goleiro Ricardo Pinto e com os gols da dupla Oséas e Paulo Rink, fez o torcedor seu décimo segundo jogador, conquistou o título da Série B do Campeonato Brasileiro e o acesso para voltar a disputar a elite do futebol nacional.
Mas a revolução, no entanto, não parou por aí. Em 1996, atraindo cada vez mais torcida para a Baixada e vivendo a ascensão no embalo da conquista da Segunda Divisão do ano anterior, a capacidade do estádio atleticano foi mais uma vez ampliada. Sob a administração de Mario Celso Petraglia, o clube providenciou a construção de arquibancadas metálicas, que aumentou a capacidade do Joaquim Américo em 12 mil lugares. Pelo Brasileirão daquele ano, em um duelo contra o Atlético-MG, o público presente de 28.039 torcedores foi o maior registrado pelo clube dentro da Baixada.
No ano seguinte, todos os grandes momentos vividos desde a inauguração da Baixada até as reformas e ampliações que o estádio atleticano passou ficaram somente na memória de quem vivenciou os mais belos momentos da história do Furacão. As amizades feitas, o velho pão com bife da Baixada e as partidas memoráveis dariam lugar a uma nova casa do torcedor rubro-negro. O motivo era nobre. O presidente do clube, Mário Celso Petraglia, colocou a velha e acanhada Baixada abaixo no início de 1997 para transformar o futuro do Rubro-Negro com a construção da Arena da Baixada, que dois anos mais tarde passou a ser o mais moderno estádio do futebol brasileiro.