A nove jogos do fim da temporada, o técnico Diego Aguirre se vê obrigado a mexer no São Paulo. Diante da inércia da equipe no returno do Campeonato Brasileiro, pelo qual não vence há cinco jogos, o uruguaio começa a abrir mão de peças até então intocáveis e tende a trazer novidades para o duelo deste sábado, contra o Atlético-PR, às 19h, no Morumbi, pela 30ª rodada.
A primeira mudança já veio na partida anterior, contra o Internacional. Sidão foi o primeiro a perder lugar no time, deixando caminho livre para Jean, que deverá ser mantido na formação titular até o fim do campeonato. Mas foi uma alteração comemorada por boa parte da torcida, que há tempos pedia a saída do goleiro, e sem tanto impacto tático.
Já as previstas para o duelo desta noite terão reflexo direto nas características do time. Jucilei e Nenê correm sério risco de começarem no banco. Apesar de ser bom no desarme, o volante vem deixando a desejar na transição para o ataque. É considerado lento demais para uma equipe cuja principal arma é o contragolpe. No caso do meia, o problema é a queda brusca de desempenho. O camisa 10 não faz gol desde o primeiro jogo do returno, no empate em 1 a 1 com o Paraná, e vem entregando pouco perto do que se espera da maior referência técnica do elenco. Em outras palavras: não tem feito a diferença como antes.
Para o meio-campo, Aguirre poderá apostar no garoto Luan, de apenas 19 anos, promovido no meio do ano ao profissional e figura constante nas divisões de base do Brasil. Aliás, ele acaba de voltar do Chile, onde disputou amistosos pela seleção sub-20 contra os donos da casa. No time principal do São Paulo, jogou apenas quatro vezes, sendo duas como titular. “Tento crescer cada vez mais nestes períodos com a seleção e procuro absorver ao máximo”, disse o jovem volante, ao site oficial do clube.
Na vaga de armador, a tendência é Diego Souza ser recuado à função que desempenhou durante toda a carreira. O espaço lá na frente, então seria preenchido pelo uruguaio Gonzalo Carneiro, que entrou nas últimas quatro partidas e marcou um gol. Não está descartado, porém, Nenê seguir no 11 inicial tricolor atuando mais à esquerda, setor para o qual Aguirre ainda não achou o substituto ideal de Everton, que continua fora de ação, machucado.
Fato é que o treinador são-paulino não tinha mais como bancar a equipe do jeito que estava. A sequência de três empates e duas derrotas que fizeram o clube despencar da liderança para a quarta posição da tabela motivou cobranças da diretoria. Nesta semana, Aguirre se reuniu com a cúpula para conversar sobre a fase atual. Raí, diretor de futebol, veio a público reforçar a imagem de “todos no mesmo barco”, bancando inclusive o trabalho do uruguaio. Mas a resposta tem de ser imediata, e começa pelo confronto desta noite.